Título: Copa do Mundo prejudica vendas no comércio, diz Acim
 
Gilberto Joaquim Grava, vice presidente da Acim, pede cautela, diante do movimento no comércio em geral
 
O vice presidente da Associação Comercial e Industrial de Marília (Acim), Gilberto Joaquim Zochio, constatou que a Copa do Mundo afetou negativamente o varejo no mês de junho, segundo índice do setor divulgado recentemente por uma grande empresa de cartões de crédito, que apontou um crescimento de apenas 0,5 por cento no mês sobre um ano antes, já descontada a inflação. “Sem o torneio de futebol, o avanço das vendas teria sido de 2 por cento”, acredita o dirigente mariliense atribuindo o desempenho fraco principalmente aos feriados decretados em dias de jogos em diversas cidades do país. “Querendo ou não, quando havia jogo do Brasil era um dia perdido no comércio”, comentou o diretor da Acim.

O resultado de junho foi bem pior do que o registrado nos meses de abril e maio, quando houve crescimento real de 4,8 e 5,5 por cento por cento, respectivamente, sempre na comparação anual. Este índice é calculado a partir da base de 1,4 milhão de pontos de venda da empresa de cartões de crédito em todo o país. “Um sinal de que devemos continuar atentos e evitar extravagâncias”, disse cauteloso o vice presidente da Acim. “Cautela continua sendo a melhor saída”, ressaltou Gilberto Joaquim Zochio ao verificar que no último mês, o varejo também sofreu com o feriado de Corpus Christi, que em 2013 caiu em maio. “Excluindo todos os efeitos de calendário, estima-se que o avanço das vendas teria sido de 3,1 por cento em junho, ainda abaixo do avanço de 6,4 por cento em abril e de 5,1 por cento em maio, pelo mesmo parâmetro”, comparou o dirigente mariliense.

Para Gilberto Joaquim Zochio os setores de vestuário, lojas de departamento e materiais de construção apresentaram retração no último mês. Companhias aéreas e hotéis, que poderiam se beneficiar com a Copa, também mostraram recuo na receita deflacionada. Refletindo a tendência, a região Sudeste, que concentra grande número de empresas desses setores, viu as vendas reais caírem 0,5 por cento em junho diante a igual mês do ano passado, indo na contramão das outras regiões do país, que apresentaram desempenho positivo no mês. “Três das principais sedes da Copa do Mundo estavam na região Sudeste”, lembrou ao se referir a São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

No acumulado do primeiro semestre, o avanço real das vendas do varejo foi de 5,2 por cento, com influência positiva dos setores de drogarias e farmácias, além de postos de gasolina e supermercados e hipermercados. Na opinião do dirigente da Acim as vendas no segundo semestre devem manter um ritmo mais fraco, em um cenário de inflação e juros altos. “Não existe base que indique, pelo menos até a eleição, uma reversão no nível de confiança do consumidor”, disse em tom de preocupação. “É notório que o crédito se tornou bem mais restritivo”, afirmou. “É de se imaginar que possamos ter ao longo do segundo semestre um varejo andando de lado, sem nenhum crescimento mais expressivo”, afirmou ao dizer novamente em cautela.

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