Título: Brasil vende mais café ao exterior
 
Yoshimi Shintaku disse que café brasileiro é beneficiado em processo natural
 
O Brasil vem tirando espaço no exterior dos cafés produzidos pela Colômbia e pelos países da América Central, conhecido internacionalmente como tipo suave, segundo relatório do Conselho dos Exportadores de Café Verde do Brasil (Cecafé). Guilherme Braga, presidente da entidade disse que os produtores brasileiros têm aperfeiçoado o processo de beneficiamento do café arábica, do tipo cereja descascado, o que permite uma qualidade superior, com maior aceitação pelas torrefadoras mundiais.

De acordo com os dados divulgados pelo jornal Gazeta Mercantil, nos últimos cinco anos, a participação das vendas mundiais do café suave era de 51%, caindo para 41% no final do ano passado. No mesmo período, o grão brasileiro, com fatia de 19% em 1996, saltou para 25% em 2001. Com isso, o Brasil lidera o mercado, com 27% de participação, aumento de cinco pontos percentuais sobre 1996.

Yoshimi Shintaku, presidente do Sindicato Rural de Marília disse que no processo de beneficiamento do café suave, o grão é lavado e transferido para um tanque para a secagem, provocando danos ao meio ambiente. “No caso do Brasil, sabemos que o café cereja descascado também é lavado, mas a secagem é feita em terreiros”, comentou. O presidente explicou que esse processo é conhecido como ‘in natura’.

Conforme os dados divulgados, desde a crise dos preços do café, no início da década de 90, os agricultores passaram a investir na maior qualidade do grão. “Os produtores investiram em tecnologia para o beneficiamento do café descascado”, disse Nathan Herszkowickz, presidente do Sindicato da Indústria de Café no Estado. O sindicalista lembrou que os produtores do cerrado de Minas ganharam destaque na produção de café de qualidade.

Nos últimos anos, o Brasil deixou de ser um fornecedor de commodity para agregar valor ao café. A mudança no perfil de compra dos importadores começou a partir da metade da década de 90. Em 1997, a saca de café suave chegou a ser cotada a US$ 250, o que levou as torrefadoras a substituir os grãos produzidos pelos países da América Central e da Colômbia pelo café arábica brasileiro.