Título: OAB participa de entrega de carteira 200 mil
 
Carlos Miguel Aidar chamou atenção para queda na qualidade do ensino jurídico
 
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo atingiu número recorde de inscritos na história da Advocacia brasileira, ultrapassando os 200 mil advogados. A solenidade de entrega da carteirinha de número 200 mil da OAB paulista ao advogado mariliense Rodrigo Nunes Laureano, de 23 anos, ocorreu nesta semana. Participaram da entrega o presidente da Ordem local, Luís Carlos Pfeifer e o Conselheiro Estadual da OAB, Júlio César Brandão. Pfeifer considerou a entrega um marco histórico na advocacia pelo alto número de inscritos.

Segundo o presidente da OAB mariliense, o momento leva a uma reflexão sobre a importância social do advogado, mas também remete a questão da absorção dos profissionais pelo mercado. “Por isso temos hoje uma necessidade de especialização cada vez maior entre os advogados para que possam atuar em áreas mais novas”, comentou.

Para Aidar, este número recorde de inscritos aponta para dois cenários, um positivo e outro negativo. O primeiro enfatiza a crescente opção dos estudantes pela Advocacia, por ser uma profissão com perspectivas futuras, geradas pela abertura de novos nichos de trabalho como a informática, biodireito, meio ambiente, direito penal dos negócios e telecomunicações entre outros. “E, também, pelo crescimento das demandas da população por seus direitos, que leva a uma procura maior pelos serviços jurisdicionais prestados pelos advogados”, completou.

O presidente, no entanto, aponta um cenário negativo nesse crescimento, decorrente da expansão desmesurada do ensino jurídico que, segundo ele, vem colocando no mercado um grande número de bacharéis, sem a formação ideal. “A média de alunos que prestam Exame de Ordem é de 30 mil por ano, mas a porcentagem dos que são aprovados é baixa”, disse. Segundo Aidar, essa correlação pode ser constatada através dos resultados do Exame de Ordem em São Paulo, onde a média de aprovação no Exame 117 ficou no patamar de 19%, embora seja uma prova que busca medir apenas conhecimentos jurídicos básicos.