Título: Portugal deve importar 66% mais de carne brasileira em 2003
 
Yoshimi Shintaku disse que Brasil é segundo maior produtor de carne bovina
 
Portugal rendeu-se ao sabor da carne bovina brasileira e a previsão é de um crescimento das exportações de 66% até ao final deste ano, totalizando 3.500 toneladas. O Presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária brasileiro manifestou otimismo face às potencialidades e evolução do mercado luso. De acordo com Antenor de Amorim Nogueira, o mercado português é o maior importador de picanha da Europa, embora consuma lombo e entrecosto, carnes que são também muito apreciadas.

Até maio deste ano, a venda de carne do Brasil com destino a Portugal atingiu 1.459 toneladas. “Reconheço que Portugal se rendeu aos prazeres da carne brasileira, única no mundo pelo seu paladar e que rivaliza com a carne argentina, cujo setor atravessa uma crise fruto da envolvente política, econômica e financeira, que há dois anos assolou o país e fez tremer os mercados”, acrescentou. Em Portugal há 45 distribuidores de carne brasileira, sendo 90% vendida por restaurantes e churrascarias, de Norte a Sul do país.

Yoshimi Shintaku, presidente do Sindicato Rural de Marília disse que no Brasil, o segundo maior produtor mundial, existem atualmente 183 mil cabeças de gado bovino. Segundo Antenor Nogueira, 35 milhões serão abatidas este ano para o setor industrial do país. Este número de cabeças de gado abatidas traduz-se em 7,5 milhões em carne limpa. Conforme os dados recebidos pelo Sindicato, o faturamento no Brasil pode chegar a 1,3 milhões de dólares em 2003, contra 1,1 milhão de dólares no ano anterior. “Este crescimento é sustentado, há uma boa aceitação dos mercados e a qualidade e controle sanitário são eficazes no Brasil”, comentou.

Como o potencial da cadeia de produção bovina é grande e o mercado brasileiro consome apenas 6 milhões toneladas de carne, a aposta vai para os mercados externos, como Portugal. Mas, no caso europeu há grandes entraves à importação de carne proveniente do Brasil para a União Européia. “Protecionismo à importação e taxas alfandegárias elevadas”, disse à Agência Lusa o presidente da Associação das Indústrias Exportadoras de Carnes Industrializadas brasileira, Edivar Vilela de Queiroz.