Título: Ruralistas chegam a um acordo para novo piso
 
Antônio David de Souza e Yoshimi Shintaku chegaram num acordo sobre o salário mínimo rural
 
Os presidentes dos sindicatos Rural de Marília e dos Trabalhadores e Empregados Rurais, Yoshimi Shintaku e Antônio David de Souza, respectivamente, chegaram a um acordo sobre a Convenção Coletiva de Trabalho do Setor da Cultura Diversificada e Pecuária, que a partir de agora entra em vigor com data retroativa a primeiro de outubro. “Conseguimos chegar a um acordo, apesar do tempo que necessitamos para encontrarmos a melhor alternativa”, disse Yoshimi Shintaku. “Procuramos enquadrar a situação econômica dentro da realidade de Marília”, frisou Antônio David de Souza.

O piso salarial até então era de R$ 182,00, que passa a ser de R$ 195,00 até o dia 30 de setembro de 2002. “Haverá um reajuste de R$ 13,00 no salário dos trabalhadores, o que pode parecer pouco para quem recebe, mas é alto para quem paga”, disse o presidente do Sindicato Rural de Marília, ao lembrar que para o proprietário rural esse valor é multiplicado pelo número de funcionários na propriedade rural, além da carga tributária e demais benefícios que normalmente a família do trabalhador rural recebe na propriedade em que trabalha.

Além do reajuste de R$ 13,00 no salário, as demais cláusula da convenção do ano passado foram mantidas, como o seguro do trabalhador, o auxilio funeral, acidentes de trabalho, entre outras. “Vamos oficializar os documentos e registra-los no Ministério do Trabalho, ainda esta semana”, explicou Luiz Arnaldo Cunha de Azevedo, diretor executivo do Sindicato Rural de Marília, que participou das negociações ao lado do presidente da entidade patronal. “Fizemos duas reuniões com os associados e diretores do sindicato, para sentir a receptividade da classe sobre este valor definido”, lembrou Cunha de Azevedo. “A aceitação foi unânime”, frisou.

Depois de três anos com decisões homologadas entre as federações das duas classes, este ano os sindicatos de Marília entraram num acordo sem a necessidade da intervenção estadual. Para os proprietários rurais que terão que pagar a diferença, os trabalhadores receberão o valor juntamente com o pagamento do mês de janeiro. “Será feito uma folha de pagamento complementar, dentro do que estipula a lei”, destacou Yoshimi Shintaku. “Mas quem já adiantou o aumento salarial, pode descontar se quiser”, acrescentou Antônio David de Souza.
Apesar da definição da Convenção Coletiva de Trabalho, a livre negociação salarial está aberta entre as partes. “Existe o pagamento mínimo. A partir daí, qualquer um pode discutir o valor que julgar ideal entre empregadores e empregados”, finalizou o presidente do Sindicato Rural de Marília.