Título: Brasil prepara medidas de prevenção
 
Yoshimi Shintaku disse que uma das medidas preventivas é limpeza química dos calçados de passageiros de países asiáticos
 
O governo federal vai adotar um conjunto de medidas preventivas para evitar que a gripe do frango atinja o território nacional. As táticas de guerra contra a doença começaram a ser discutidas em reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Milho, Sorgo e Aves. Segundo Yoshimi Shintaku, presidente do Sindicato Rural de Marília, as informações indicam que uma das medidas a serem adotadas é a limpeza química dos calçados de passageiros que desembarcam em portos e aeroportos. Segundo ele, o controle ocorreria principalmente nos vôos de países asiáticos e será realizado monitoramento sorológico.

Yoshimi Shintaku explicou que os dados mostram que hoje, o Brasil tem dois laboratórios capacitados para realizar os exames da gripe do frango: em Campinas (SP) e em Pedro Leopoldo (MG). “A Câmara Setorial, que se reuniu no Ministério da Agricultura, é formada por representantes do governo, dos produtores e da área científica”, falou. O presidente lembrou que nos próximos dias um grupo temático de representantes de todos os setores envolvidos volta a discutir o assunto. “Entre as ações preventivas, o governo também quer elaborar uma campanha de esclarecimento sobre a doença para toda a cadeia produtiva de aves”, comentou.

VACA LOUCA E GRIPE - As exportações brasileiras de carne já sentem os sintomas dos vírus da gripe do frango e da vaca louca. As duas doenças provocaram a elevação dos preços no mercado externo. A carne bovina e o frango subiram em média 30% para o produtor e contribuíram para um aumento expressivo de 51,6% na receita com as vendas externas da carne de boi (US$ 110 milhões) e de 45% nas exportações da ave (US$ 155 milhões) em janeiro. Os dados foram divulgados pelo Ministério de Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior (MDIC).

Os países que contribuíram para o crescimento das vendas externas da carne bovina foram Chile, Egito, Países Baixos, Irã e Itália. Na avaliação do assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Paulo Mustefaga, apesar de nenhum deles ser grande comprador de carne bovina dos Estados Unidos, que estão com os embarques suspensos por causa da vaca louca, o Brasil pode estar se beneficiando indiretamente da doença, devido ao rearranjo de mercado provocado pela enfermidade.