Título: Dirigentes apontam falhas no combate ao câncer
 
Marilda Siriani Oliveira alerta para preocupações básicas em programas oncológicos
 
Uma das conclusões que os dirigentes de instituições de saúde, governamentais e não governamentais, chegaram no último dia do 1o Encontro de Oncologia de Marília, realizado na Santa Casa de Misericórdia de Marília, de cinco a sete de abril, como parte das festividades dos 75 anos do hospital mariliense, é de que existem falhas no desenvolvimento do combate ao câncer na promoção, prevenção e na recuperação do paciente oncológico. “São três pontos fundamentais para o sucesso no combate ao câncer”, disse Marilda Siriani de Oliveira, coordenadora da Atenção Básica da Secretaria Municipal de Higiene e Saúde de Marília.

Para a diretora da Direção Regional da Saúde, Cristina Cecília Togashi, os Poderes Públicos devem se concentrar nos esforços de facilitar o acesso aos tratamentos oncológicos. “É preciso acompanhar e reorganizar a área oncológica, descentralizando ações e facilitando acessos aos tratamentos disponíveis”, disse ao sugerir uma discussão permanente entre os hospitais especializados de Marília e Tupã, neste sentido. “Não existem reclamações do serviço prestado na área de oncologia em Marília”, frisou. “A reclamação é quanto à demora para ser atendido”, falou ao acrescentar: “Depois que o paciente consegue o atendimento em Marília, é uma maravilha e é só elogios”, afirmou.

Na opinião do médico e coordenador do Centro Oncológico de Marília (Com), da Santa Casa de Misericórdia de Marília, Júlio Roberto Correia, o potencial de atendimento no sistema disponível na cidade é de 700 pacientes por mês, havendo uma equipe multidisciplinar preparada para receber o paciente. “A somatória de conhecimentos tem que ser disponibilizada para o tratamento num todo”, falou ao concordar com a deficiência nas campanhas de: promoção, prevenção e principalmente na recuperação do paciente oncológico. “A neoplasia (câncer) é responsável por 15% dos casos”, falou ao mostrar uma série de gráficos estatísticos. “Num universo de 691 casos registrados, dos 15% de doentes com câncer, 59% são relacionados à próstata, sendo 3% terminados em óbito”, mostrou. “O número de internações vem dobrando a cada mês”, constatou ao fazer as comparações dos primeiros meses deste ano.

Na visão do coordenador do Com existem três grupos que precisam ser cuidados de forma diferente: 1/3 dos casos podem ser evitados, outros 1/3 são casos com cura e os demais 1/3 terão uma qualidade de vida melhor e prolongada, mas sem cura. “A prevenção é a principal arma”, apontou ao lembrar do trabalho de conscientização sobre: tabagismo, alimentação, atividades físicas, exposição a agentes cancerígenos, stress e infecções variáveis. “Nos dias de hoje o câncer, tem nome, sobrenome e endereço”, afirmou ao dizer que se sabe muito sobre a doença e que ela não é desconhecida da classe médica. “Precisa ser mais conhecida é da população em geral”, falou ao defender a necessidade de uma cultura oncológica em todos os sentidos.