Título: Limite imposto pelo Sus prejudica atendimento da cardiologia
 
O médico Rubens Tofano de Barros alerta para a revisão nos limites impostos pelo Sus
 
O limite imposto pelo Sus (Sistema Único de Saúde) de apenas 16 cirurgias por mês no Centro de Cirurgia Cardíaca, na Santa Casa de Misericórdia de Marília, é o principal entrave para a melhoria no atendimento à população que necessita de intervenções cirúrgicas em Marília e região. No último dia 19, este limite já havia sido atingido, proporcionando preocupação, desconforto e mal estar entre os integrantes do corpo clínico do hospital. “É uma situação que vem se arrastando e que precisa ser revista pelo Governo Federal”, disse o médico Rubens Tofano de Barros, responsável pelos procedimentos na área de implante de marca passo cardíaco.

Desde janeiro deste ano, a equipe de cardiologia da Santa Casa atua de forma diferenciada dividida em três grupos: cirúrgico, clínico e intervencionista. “Com esta nova formação houve uma melhora no atendimento”, ressaltou o médico. Ele faz parte da equipe que coordena os trabalhos no hospital. “Mas somente com uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cardíaca é que a população será melhor assistida”, comentou Rubens Tofano de Barros. Ele lembrou que o projeto existe na Santa Casa de Marília e está avaliado em R$ 700 mil.

Atualmente estão disponíveis no hospital quatro leitos de UTI para a área cardíaca, sendo que são realizadas mais de 50 cirurgias num mês. “Já temos espaço reservado para a UTI Cardíaca, em que teremos mais seis leitos”, comentou o médico especialista em implante de marca passo cardíaco. “Com isso teremos um Centro de Tratamento Intensivo na Santa Casa”, sugeriu ao enfatizar que hoje cada leito necessitaria de um investimento na ordem de R$ 50 mil. “O mais caro é equipar uma UTI”, disse. Ele insistiu na revisão do limite de procedimentos pelo Sus, que é responsável por 80% dos procedimentos no Centro de Cirurgia Cardíaca da Santa Casa.

Hoje a Santa Casa de Marília é referência aos pacientes do SUS na região de Marília e Assis, sendo que o atual limite promove uma lista de espera superior a seis meses. “Isto encarece o tratamento e muitas vezes provoca prejuízo dentro do sistema da Santa Casa”, comentou o médico Rubens Tofano de Barros. “Temos uma média histórica de 26 cirurgias num mês”, comparou ao limite imposto pelo Sus, que vem estrangulando o desempenho da equipe médica. “Algo precisa ser feito para elevar o repasse financeiro, pois do contrário haverá uma pane no sistema”, avaliou ao computar nos médicos e na administração do hospital de Marília como sendo os articuladores para não haver uma paralisação no sistema. “O serviço de cardiologia da Santa Casa também atende pacientes de convênios e particulares”, disse o médico Rubens Tofano de Barros. “Atendimento que vem crescendo muito nos últimos meses”, finalizou.