Título: Proprietários rurais rejeitam primeira proposta
 
Reunião no Sindicato Rural de Marília discute proposta sobre Dissídio Coletivo do trabalhador rural
 
Em Assembléia Geral na sede do Sindicato Rural de Marília, os proprietários rurais decidiram não aceitar a primeira proposta do Sindicato dos Trabalhadores e Empregados Rurais de Marília, que apresentou a pauta de reivindicações com 56 cláusulas. “Vamos providenciar um estudo, junto à Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), para sabermos as bases que estão sendo negociadas em outras regiões”, disse o presidente do Sindicato Rural de Marília, Yoshimi Shintaku.

No documento apresentado pelos representantes dos trabalhadores rurais é proposto reajuste salarial de 100% do índice inflacionário apurado pelo INPC/IBGE acumulado nos últimos 12 meses, acrescidos de 5% a título de aumento real. “Isso é impossível”, afirmou o dirigente, após ouvir opiniões e comentários de diversos proprietários rurais presentes na Assembléia Geral. “A fixação do piso salarial ou salário normativo de R$ 450,00 está fora de questão”, comentou ao lembrar que o valor atual é de R$ 280,00 e o pedido chega a propor R$ 170,00 a mais o que representaria uma elevação na ordem de 61%.

Uma comissão formada por proprietários rurais foi criada para discutir o assunto e chegar a um reajuste proporcional. “É preciso levar em conta os custos de energia elétrica, fertilizantes, defensivos agrícolas e principalmente o preço de mercados dos produtos produzidos na região de Marília”, comentou Yoshimi Shintaku que não acredita uma contra proposta superior a 10%. “Gostaríamos de oferecer muito mais do que é pedido”, falou. “Porém, a realidade é bem diferente e dura”, completou.

Na região de Marília os índices de reajustes variam de 6 a 11 por cento, em cidades como Assis, Bastos, Vera Cruz, Paraguaçu Paulista, entre outras. “Cada cidade vive uma realidade, por isso a discussão é sempre local”, explicou o presidente do Sindicato Rural de Marília. “As normas do dissídio serão baseadas nas dos últimos anos e não nesta que foi apresentada”, ressaltou ao considerar cláusulas impossíveis de serem atendidas, diante das 56 questões assinaladas.

Dentre as mais complexas estão: reajuste automático nos salários sempre que a inflação atingir a cinco pontos percentuais, auxilio funeral, fornecimento de moradia, adicional por tempo de serviço, creches, ticket alimentação, multa, seguro de vida, acesso da diretoria, estabilidade, lista de demissão ou admissão, entre outros. “Já encaminhamos a Pauta de Reivindicações apresentada pelo Sindicato dos Trabalhadores ao Departamento Jurídico do Sindicato Rural para que analise o que é possível, ou não, ser negociado”, disse Yoshimi Shintaku que estará reunido na semana que vem com demais proprietários rurais para discutir novamente o assunto.