Título: Outubro confirma tendência de estagnação do mercado de boi
 
Luiz Arnaldo disse que alguns frigoríficos pagam R$ 60,00 pela arroba do boi
 
Outubro começou lento para as negociações do mercado pecuário e a tendência de estagnação ditada no mês anterior é confirmada. A oferta do gado terminado em confinamentos e semi-confinamentos foi alta, o que gerou um recuo nos preços das arrobas pagos pelos frigoríficos.

Nesse cenário, ainda, outros fatores contribuem para a paradeira do mercado da carne: saída da Rússia, o maior comprador do produto do Brasil no mês de agosto e o baixo consumo por parte do mercado interno. A esperança fica para o último trimestre do ano, geralmente mais aquecido para vendas, e na reversão do quadro de embargo com ações do governo brasileiro.

O leiloeiro José Paulino Caputo disse que não há movimentação. “É uma visão pessimista, mas o mercado real está parado”, analisou. Para ele, os criadores estão investindo em formas de agregar valor ao produto carne, como certificação e manejo sanitário, mas que não está recebendo os retornos dos gastos. “Quem confina ou arrenda tem altos investimentos iniciais e de manutenção e precisa de um mercado que valorize o produto. Não está acontecendo e, em muitos casos, os investimentos não retornam, conseguem apenas o empate”, disse.

O diretor executivo do Sindicato Rural de Marília, Luiz Arnaldo Cunha de Azevedo, disse que, segundo informações divulgadas, o resultado da maior oferta de gado terminado está nos frigoríficos, que demonstraram queda de até 5% em algumas indústrias da região. “Temos informações de que o Bertin e o Marfig praticam a mesma tabela, com a arroba cotada a R$ 60,00 para descontar o Funrural”, comentou. Ele ressaltou que livre do fundo, o Mondelli paga R$ 58,50 na arroba.

Luiz Arnaldo explicou ainda que no Frigol, o gado rastreado está sendo comprado por R$ 58 e o sem rastrear por R$ 57, para trinta dias, livre do Funrural.