Título: Sindicato alerta para alimentação do gado
 
Yoshimi Shintaku está preocupado com a instabilidade climática e as dificuldades na pecuária
 
O presidente do Sindicato Rural de Marília, Yoshimi Shintaku, ao passar por algumas propriedades rurais na região oeste do Estado de São Paulo tem observado o capim seco, amarelado, demonstrando falta de nutrientes necessários para a manutenção do peso do gado, que tem apresentado estar mais magro com a estiagem. Segundo o dirigente esta situação é típica do inverno quente e seco que a região Oeste Paulista, vem passando diante das mudanças climáticas. “Nossa região conta atualmente com 2,5 milhão de cabeças de gado”, disse ao acrescentar: “Com a seca, os produtores já começaram a gastar mais na alimentação dos animais”, opinou ao conversar com alguns deles sobre o assunto.

Segundo alguns médicos veterinários o sal proteinado é uma das opções mais usadas na região para evitar a perda excessiva de peso do animal. No entanto o produto, em média 10% mais caro, obriga os produtores rurais a reduziram a quantidade, para que haja aproveitamento máximo e não seja desperdiçado. “Este ano o produtor do Oeste Paulista adotou a suplementação alimentar apenas para manter o peso do animal”, comentou Yoshimi Shintaku, ao enfatizar que diante desta situação o custo de produção por cabeça aumentou cerca de R$ 15 por mês. “Tudo por causa da instabilidade do clima”, falou.

Alguns proprietários rurais estão sendo obrigados a terem tratamento diferenciado com o gado. O custo do sal, associado ao baixo preço da arroba de boi no mercado, exige mudanças de estratégia na hora da complementação alimentar, não sendo possível contar apenas com as pastagens, havendo a necessidade do gado receber o sal no cocho, pelo menos uma vez ao dia. “Esse tipo de comportamento pode proporcionar uma garantia no abate do animal dentro do tempo previsto”, acredita o dirigente, que considera esta época do ano, complicada para os pecuaristas.

Os comerciantes de produtos de suplementação alimentar já anunciaram uma queda de 30% de composto mineral, em razão deste comportamento diferenciado do pecuarista que vem buscando alternativas para baixar o custo do animal. Uma loja da região, por exemplo, vendeu em 2004, 420 toneladas de composto mineral, contra 150 toneladas até então, neste ano. “Isto quer dizer que a dificuldade está, também, na administração da propriedade, com baixa lucratividade e o risco na manutenção da qualidade e peso do animal”, opinou ao sugerir prudência aos pecuaristas e que não deixem de ter orientação profissional em qualquer atitude que venha a ter com o gado. “Para não aumentar o risco, busquem orientação de um médico veterinário ou engenheiro agrônomo”, sugeriu o presidente do Sindicato Rural de Marília.