Título: A importância da diferença
 
Pais e filhos não são iguais. Realmente não são. Pai precisa ser pai para que filho seja filho. Pai ama o filho independentemente do que ele é ou do que pode oferecer. Ama-o simplesmente por ser seu filho. Filho ama, mas abusa do egoísmo e do egocentrismo. Pai é responsável pelo filho. Filho acha que não sente responsabilidade pelo pai. Filho acha que é independente e insuperável, mas porque sabe que pode contar com o pai em qualquer situação. Daí a importância da hierarquia.

Ser hierárquico é reconhecer-se como pai e mostrar ao filho o que é ser filho, isto é, ensinar a cooperação e apontar as diferenças entre pais e filhos com segurança e autoridade de pai. Através da cooperação, ensinamos o que é respeito e através das diferenças comprovamos a importância dele.

Não devemos nos igualar porque somos hierarquicamente diferentes e
afetivamente maiores, mas também não podemos confundir diferença com desavença.

Içami Tiba, psiquiatra e escritor, escreveu 16 dicas para pais melhorarem seus relacionamentos com seus filos:
1. Dê menos ordens e conselhos aos filhos e, mesmo que não concorde de início, escute-o até o fim.
2. Em vez de querer sempre ensiná-los, aprenda com seus filhos. Seja um bom aluno aprendendo com ele a lidar com o vídeo, computador, microondas, em vez de pedir (ordenar) o que você mesmo pode fazer.
3. Em vez de se preocupar em levar seus filhos às festas, procure pegá-los com os seus (deles) amigos e entregue-os nas respectivas casas. Aproveite para conversar com todos sobre a festa. Os comentários que eles fazem da festa você não ouviria se pegasse somente o seu filho, porque este dorme no caminho para casa. Você sabe como ele vai para a festa, mas sabe como ele volta?
4. em vez de obrigá-los a dormir cedo, acorde-os bem mais cedo.
5. Conheça bem os amigos dos seus filhos antes de declará-los “más companhias”. Não se deixe guiar somente pelas aparências. Os jovens são muito preconceituosos contra quem tem preconceitos.
6. Quando você manda um filho calar a boca enquanto você fala, provavelmente ele também fecha os ouvidos.
7. Dê prêmios ao filho que realmente merece sem se sentir culpado de não dar a quem merece, mesmo que sejam irmãos. Assim como o melhor tempero da comida é a fome, o que valoriza o presente é o merecimento.
8. Se a televisão é mais importante que uma cotidiana conversa, provavelmente qualquer droga pode ser mais interessante que a família...
9. Se o seu filho está inconvivível, é bom raptá-lo (sem amigos) para viver com ele uma semana inteirinha. A pesada convivência dos primeiros dias pode ser transformada em gostosas descobertas mútuas. Em vez de impor o que ele deve fazer, tente combinar o que seria melhor para ele, ouvindo as suas sugestões.
10. Seja um interessante protagonista e não mero figurante para o seu filho. Joga “papo fora” com seu filho que é o que ele mais faz com seus amigos é preferível aos “diálogos operativos”. Estes interessam mais aos pais que os filhos que nada mais respondem que lacônicos: sim, não, mais ou menos, etc.
11. É impossível para os pais serem somente amigos dos filhos...Quem se responsabiliza por eles? Se filhos aprontarem com os amigos como aprontam com seus pais, em pouco tempo serão abandonados. Mãe nunca abandona os filhos. Errar é humano, persistir no erro é... estar evolvida.
12. Mesmo que seu filho não tenha feito o que você pediu, não deixe de valorizar o que ele fez. Constantes críticas podem gerar complexos. Descubra e estimule algo no seu filho de que ele possa se orgulhar.
13. O prazer é o recreio do dever, mas é o dever que sustenta o prazer. Não dá dever que só sacrifique, nem prazer que sempre dure. Se o pai teima em ser o dever, resta ao filho ser o prazer.
14. em vez de se vangloriar do “seu tempo quando tinha a idade dele”, aproveite as vantagens da globalização e/ou da informatização que seu filho tanto entende. Troque suas experiências com ele.
15. Um ótimo relacionamento afetivo se faz na mútua sensação de pertencer, preservando-se o respeito e a individualidade de cada um.
16. Um filho precisa mais de um pai humano e participante, que se abra nas suas dificuldades e inclusive solicite sua ajuda, que um pai perfeito, um dita-regras que nunca precisa dos filhos para nada.

Vale pensar se estamos realmente sendo Pais e Mães.
O importante é fazer nossos filhos nos respeitarem.
O amor vem por conseqüência.

Juliana Troya
Colaboração de Lucila Costa, coordenadora regional de Amor-Exigente em Marília