Título: Viver Amor-Exigente
 
Depoimento de uma mãe de amor-exigente.

Informativo - Como você vive o Amor-Exigente?
Mãe – cuidando de mim, em primeiro lugar. Protejo minha emoção, pratico atividade física, leio muito e apoio às famílias visitadas pela droga, esse mal que ocupa, hoje, todos os espaços, até os mais sagrados: família e escola.

Informativo - Como Amor-Exigente beneficia a sua vida?
Mãe - Hoje eu não imagino a minha vida sem o AE, essa filosofia tão envolvente, tão completa, que nos dá ilusão de estarmos ajudando outros quando, na realidade, nós somos os maiores beneficiados. Pena que eu não o conheci mais cedo. Quanto sofrimento e gastos teriam sido evitados... Mas como nosso tempo não é o tempo de Deus, o AE entrou na minha vida na hora certa.

Informativo - Como você chegou ao Amor-Exigente?
Mãe - Após recorrer à religião, consultar vários profissionais e ouvir os amigos, minha terapeuta sugeriu que eu procurasse o AE. Foi a luz no fim do túnel!!.Procurei o AE de S. J. Da Boa Vista/SP e lá conheci, um companheirão que me ajudou muito na árdua tarefa de resgatar meu filho. Por isso digo sempre: foi no AE, com pessoas simples, que eu encontrei o caminho. AE é gente cuidando de gente. Dá certo, cada um ao seu tempo. Perseverando sempre, encontrará força para realizar as mudanças necessárias.

Informativo - Existe um momento certo para tomar uma atitude?
Mãe: Com certeza! “Quem sabe faz a hora não espera acontecer”. Eu aprendi que, antes do primeiro gole ou da primeira dose, muita coisa “rolou”. Os defeitos de caráter afloraram e a codependência com seus sintomas indisfarçáveis apareceMãe - o aperto no peito volta, uma sensação de desamparo brota e aí a tomada de atitude não pode ficar para amanhã. Doa a quem doer...

Informativo - conte uma situação em que você decidiu tomar uma atitude e quais as conseqüências da ação.
Mãe - Após esgotar todos os recursos para que meu filho amadurecesse, montei uma barraquinha de lanche para ele se sustentar e pagar uma pousada para morar, fiz minha mala e fui viajar. É preciso esclarecer que recorri a dois grupos de apoio (AE e NA) para qualquer emergência. Depois de dois meses, ele me procurou e disse que foi a maior demonstração de amor que eu poderia dar-lhe. Com essa atitude eu dei a ele a oportunidade de amadurecer e aprender a lidar com conflitos e frustrações sem recorrer às drogas. Após essa tomada de atitude, nosso relacionamento melhorou, mas ainda temos que promover vários ajustes. A recuperação não é um evento, é um processo longo e sujeito a várias correções de rota.

Informativo - Como você se comporta diante de uma tomada de atitude? Que cuidados você tem para permanecer no comando da situação?
Mãe - Eu peço a Deus que não permita que eu cometa nenhuma injustiça. Planejo, partilho, faço a oração da serenidade e o meu “desafio” que se prepare porque “o bicho vai pegar”!! Sobriedade é uma conquista diária e eu não estou brincando com a vida do meu filho, porque sei que ele é meu filho, mas na realidade ele é filho de Deus e um dia terei de prestar contas sobre a missão que Ele me confiou. Quem está no comando é Deus, portanto eu faço a minha parte, na certeza de que Ele fará a dEle. Isso é espiritualidade.

Informativo - Que atitude você tomou (e mantém) para melhorar a qualidade de vida?
Mãe - Não aceito comportamentos inadequados, mas quando eles surgem, mantenho a serenidade e com firmeza digo que na minha casa as regras, a cooperação e o respeito fazem parte do nosso dia a dia e não abro mão disso.

Informativo - Quais atitudes devemos tomar para estar cada vez melhor?
Mãe - Lutar para não nos deixar levar pela insanidade presente na sociedade atual. Acreditar que um mundo melhor é possível e podemos lutar por isso. Exercer um trabalho voluntário voltado aos excluídos e promover a paz, contribuindo efetivamente para o desenvolvimento social. Não nos acomodar e estar sempre abertos às mudanças necessárias para proteger a nossa emoção.

Tirado do Informativo Febrae, julho/2006.
Colaboração de Lucila Costa, coordenadora regional de Amor-Exigente em Marília.