Título: Canal Brasil homenageia Mario Quintana
 
Documentário sobre Mario Quintana estréia sábado, dia 11
 
O Canal Brasil disponível no canal 61 da TVC Oeste Paulista presta uma homenagem a Mario Quintana, nascido há cem anos, em 30 de julho de 1906, em Alegrete, no interior do Rio Grande do Sul. O canal exibe em novembro quatro documentários em curta-metragem realizados pela RBS TV. Sob a coordenação de produção de Zanza Pereira e direção geral de Gilberto Perin, os episódios abordam o universo poético e a vida de um dos mais admirados poetas brasileiros e cujo painel literário se confunde com a história de Porto Alegre.

Poeta de estilo simples e notável contador de histórias, Mario
Quintana especializou-se em poetizar todas as pequenas coisas da vida, criando definições sempre dotadas de um humor fino e inteligente para os mais variados vocábulos. Filho de uma família tradicional, mas sem muitas posses, aprendeu com os pais a ler e a falar Francês. Aos 12 anos, mudou-se para a capital do estado, para estudar no Colégio Militar. Sobre esse assunto, certa vez declarou: “Fui estudar junto com as crianças que eram agarradas à saia da mamãe para ficar mais homenzinho. Mas a gente sabe que os militares não tinham nenhum instinto maternal.”

Suas primeiras publicações foram no jornal Diário de Notícias e, em 1929, começou a trabalhar na redação d’O Estado do Rio Grande, de onde saiu, um ano mais tarde, para O Correio do Povo. A partir de 1936, sob a direção de Erico Verissimo, trabalhou na Livraria do Globo e, depois da ótima repercussão de seus sonetos, tornou-se conhecido popularmente.

Entre suas publicações mais importantes, destacam-se A Rua dos Cata-ventos (1940), Canções (1946), Sapato Florido (1948), Caderno H (1973), Apontamentos de História Sobrenatural (1976), A Vaca e o Hipogrifo (1977), Lili Inventa o Mundo (1983) e Sapato Furado (1994).

Mesmo preso à sua querida Porto Alegre, fez excelentes amigos entre os grandes intelectuais da época e recebia constantemente elogios de Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Cecília Meireles e João Cabral de Melo Neto, além de Manuel Bandeira.

Mario Quintana também trabalhou como tradutor de escritores estrangeiros, entre eles Fred Marsyat, Charles Morgan, Rosamond Lehman, Lin Yutang, Proust, Voltaire, Virginia Wolf, Giovanni Papini, Maupassant. Ele faleceu em Porto Alegre, no dia 5 de maio de 1994.