Título: Rui Fragoso quer moralizar a OAB
 
Rui Fragoso quer mudar o comportamento da OAB, que segundo ele, caminha pelo lado errado
 
O advogado Rui Celso Reali Fragoso, que concorre à presidência da seccional paulista da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) pela chapa Em defesa da Advocacia, é o mais forte candidato para ocupar a presidência da entidade no âmbito paulista. Com fortes críticas à atual administração, ele conta com o apoio de ex-presidentes da entidade como Antônio Cláudio Mariz (coordenador de campanha) e Carlos Miguel Aidar. Para Rui Fragoso, o presidente licenciado e candidato à reeleição, Luiz Flávio Borges DUrso, aparece demais na mídia, promove culto à sua personalidade, além de estar ligado a grupos políticos fora da esfera classista, esquecendo-se da advocacia.

Rui Fragoso diz que entre suas principais propostas está o combate à proliferação dos cursos de direito, por meio de mudanças na legislação federal, para aumentar a força dos pareceres da OAB em relação ao tema, entre outras idéias. Apesar de ser apontado como um representante da elite dos advogados, reputação que lhe foi atribuída por presidir o Iasp (Instituto dos Advogados de São Paulo), Rui Fragoso conta também com o apoio de líderes do setor sindical, como Valter Uzzo, ex-presidente do Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo.

Especialista em direito constitucional e comercial, Rui Fragoso nasceu em Mogi das Cruzes, em 1955. Aos sete anos, mudou-se para São Paulo, tendo estudado no externato Assis Pacheco e no Colégio Rio Branco, mantido pelos rotarianos, no bairro de Higienópolis. Formou-se em direito pela PUC, em 1980, e lá permaneceu como professor até 1990. Também passou a lecionar direito comercial nas FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), de 1985 até 1990, quando tornou-se diretor do curso de direito da instituição, cargo que ocupou até 1993. Foi diretor da Escola Paulista de Advocacia e vice-presidente do Iasp, chegando à presidência do instituto no período de 1998 a 2000. De 2001 a 2003 foi conselheiro da OAB, presidindo a Comissão de Ensinos Jurídicos.

As críticas que faz, garante não serem pessoais, pois muitos dirigentes atuais da OAB são amigos dele. Mas são críticas sérias em relação à política que a OAB vem impondo nesses últimos dois anos e meio. Ele acredita que a Ordem aproximou-se demais de partidos e interesses políticos. “Nós vemos o presidente da Ordem ao lado de determinados candidatos, andando para cima e para baixo. Não acho isso adequado, acho que o presidente da Ordem tem que ser uma pessoa que, embora tenha convicções políticas, não pode estar atrelado a interesses político-partidários”, opinou. “A seccional paulista da OAB não pode ser um biombo político nem estar ao lado deste ou daquele partido”, completou ao afirmar que a entidade tem que estar ao lado do cidadão e dos advogados. “Mas o que se viu aqui em São Paulo foi um atrelamento profundo do presidente a determinado partido político e isso nos preocupa muito”, disse. “Verificamos também uma política contemplativa na violação das prerrogativas dos advogados”, ressaltou ao lembrar dos escritórios que foram invadidos, advogados que foram presos, acusados, e não houve uma resposta eficaz da instituição em nome dos advogados e da advocacia, segundo ele.