Título: Santa Casa comemora 78 anos pensando em futuras gerações
 
Milton Tédde é o sexto provedor em 78 anos de atividades da Santa Casa de Marília
 
A Santa Casa de Marília completou neste último domingo, dia 22, 78 anos de fundação. É a instituição mais antiga do município, em atividade, sendo inaugurada propositalmente pelo benfeitor Bento de Abreu Sampaio Vidal, justamente para assegurar o crescimento do município. “Se trata de um marco histórico para a cidade”, acredita o atual provedor, o empresário Milton Tédde que faz parte da provedoria há 26 anos, e pela primeira vez ocupa o cargo de provedor. “Entrei na Santa Casa no último ano da gestão do senhor Christiano Altenfelder, em 1981”, recordou o dirigente que acompanhou boa parte das atividades recentes do hospital.

Segundo Milton Tédde, o período mais crítico que a instituição viveu, foi no Governo Collor, quando o Governo Federal eliminou a ajuda aos hospitais filantrópicos baseados no Índice de Valorização Hospitalar (IVH), que funcionava como uma espécie de ranking entre os hospitais, e, de acordo com o atendimento e a complexidade da instituição, atingia-se determinados índices, em que o Governo Federal repassava verbas proporcionais ao trabalho que se desenvolvia. “A Santa Casa de Marília só perdia para Santos e São Paulo”, lembrou Milton Tédde que estava na diretoria naquela época. “Éramos o terceiro melhor hospital do Estado de São Paulo”, ressaltou ao recordar que em razão disso, o Governo Federal chegava a dobrar o repasse de acordo com os custos apresentados, naquela época.

Sem o IVH os problemas financeiros começaram a surgir e se intensificaram ao longo dos anos. “Tínhamos um custo elevado e uma receita inferior”, constatou ao admitir que o déficit que era inevitável. “Isto quebrou muitos hospitais no Estado”, frisou ao apontar este período como sendo o mais frágil do hospital mariliense. Por outro lado, a profissionalização da administração da entidade, foi, segundo Milton Tédde, uma das melhores opções adotada. “Passamos a ter um comportamento mais eficiente, e hoje diminuímos o déficit operacional em 50%, com um controle financeiro muito bem monitorado”, explicou ao ter uma preocupação com a nova geração de administradores.


Para Milton Tédde a Santa Casa de Marília teve apenas seis provedores durante 78 anos, e esses dirigentes doaram tempo, dinheiro e prestígio em favor do hospital. “São muitas as situações em que se paga para ser provedor”, falou com experiência própria, mas com tranqüilidade por acreditar ser a parte que lhe cabe como cidadão e como voluntário. “Somente com envolvimento de voluntários é que se mantém um trabalho vitorioso como este, na Santa Casa”, ensinou ao pensar em chamar mais pessoas para o fortalecimento do grupo. “Quem passa a compreender o mecanismo de uma Santa Casa, verifica com outra visão o sentido de ser voluntário, pois não há satisfação melhor do que ver que uma simples ação que se tenha feito, ajudou um grupo de pessoas”, falou ao pensar em algumas adaptações estatutárias no hospital, preocupado com as novas gerações. “Não existem mulheres no nosso grupo”, disse como exemplo de uma das sugestões a ser apresentada para a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Marília, que administra o hospital.