Título: Shintaku lamenta diminuição do abate paulista
 
Yoshimi Shintaku, presidente do Sindicato Rural de Marília, lamenta a queda de abate bovino no estado de São Paulo
 
O presidente do Sindicato Rural de Marília, Yoshimi Shintaku, lamentou a diminuição da quantidade de abate de bovinos no estado de São Paulo, com a elevação no estado do Mato Grosso, que superou o paulista no último levantamento realizado entre os frigoríficos e produtores de gado. “São Paulo sempre foi referência no mercado da pecuária de corte”, disse o dirigente sindical ao ressaltar que o mercado paulista sempre balizou os preços, tendo as praças com a maior concentração de frigoríficos e até pouco tempo, era o Estado que mais abatia animais, mesmo sem possuir o maior rebanho do País.

Segundo a pesquisa recebida pelo dirigente do Sindicato Rural de Marília, desde 2006, Mato Grosso passou São Paulo e alcançou a primeira posição no abate. Em 2006, os abates de bovinos no Mato Grosso somaram 4,78 milhões de cabeças, enquanto São Paulo abateu 4,12 milhões de cabeças. Nos três primeiros meses de 2007, os matogrossenses continuam na frente de São Paulo, abatendo 1,21 milhão de cabeças, contra 1,05 milhão no Estado paulista. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Isto quer dizer que o pecuarista paulista está desanimado e que necessita de mais incentivos por parte do Governo Estadual, bem como as instituições financeiras estaduais com melhores linhas de créditos”, opinou ao lembrar da evolução do plantio de cana-de-açucar na região.

De 2005 para 2006, o abate em São Paulo diminuiu 7,46%, enquanto que no Mato Grosso cresceu 17,12%. E, apesar dos embargos ainda vigentes para as exportações de carne bovina provenientes de São Paulo interferirem diretamente no resultado dos abates, existe uma tendência de crescimento da matança nos outros Estados, visto os investimentos constantes de frigoríficos em implantação fora de São Paulo, em especial no Centro-Oeste e Norte. “Essa é outra questão que ajuda no crescimento de abate fora do estado”, acrescentou o dirigente ao observar os números.

Segundo o documento analisado pelo presidente do Sindicato Rural de Marília, entre 2005 e 2006 os abates cresceram significativamente em Rondônia (31,11%), Acre (22,54%, mas ainda com pouquíssima representatividade no abate brasileiro) e Minas Gerais (21,51%). “Atualmente o Estado de São Paulo tem que se preocupar com os outros estados, ao invés de procurar se manter na primeira posição, como antigamente”, lamentou ao acreditar na queda da qualidade produtiva e de trabalho na zona rural paulista.