Título: Pecuaristas se unem para maior rentabilidade
 
Yoshimi Shintaku sugere cautela para o segmento de gado
 
Os proprietários rurais do segmento agropecuário estudam fórmulas para evitar o achatamento do preço do boi e da margem de lucro, que estão dificultando o trabalho no campo. Percebendo isso, o Sindicato Rural de Marília está estimulando os pecuaristas a recorrerem a várias alternativas para buscarem uma rentabilidade maior no negócio. “Neste momento de dificuldades é preciso ter criatividade”, disse o presidente do Sindicato Rural de Marília, Yoshimi Shintaku, ao ser da opinião que é preciso melhorar a eficiência dentro da fazenda, mas agindo, também, fora dela. “É preciso descobrir ações que exigem pouco investimento e demandam gastos modestos”, apontou.

Uma das idéias sugeridas pelo dirigente é fazer com que os pecuarista se unam em grupos para aumentar a escala numa negociação melhor com os fornecedores de insumos e com os frigoríficos na venda de boiada. “Pode parecer simples, mas é uma sugestão das mais viáveis, que sempre deu certo”, disse ao imaginar a possibilidade de Marília ter um grupo neste sentido, semelhante a entidades como: Associação Brasileira de Agropecuária, Abrapec; a Associação Brasileira de Confinadores, Assocon; e o Grupo Delta G, que são bom exemplos desta idéia. “É preciso começar de alguma maneira”, falou.

Outro pensamento possível para driblar a crise no setor agropecuário é a participação de pecuaristas em alianças mercadológicas ou programas que atendam nichos de mercado de carne de qualidade, como lastreados pelas raças Nelore, Angus, Hereford/Braford e Rubia Gallega. Estão em desenvolvimento projetos com as raças francesas e a japonesa Wagyu. “Isso já é uma questão de posicionamento de mercado, em que o pecuarista precisa estudar melhor de que forma quer se colocar no setor”, aconselhou o dirigente que sempre foi da opinião de que unidos é mais forte vencer a crise.

A comercialização da boiada no mercado futuro, usando da ferramenta das opções e negociar a termo, são outros atalhos que podem ser percorridos pelos proprietários rurais na criação de gado. Numa atividade em que se procura economizar centavos na produção e buscar centavos nas vendas, os pecuaristas conseguem de 2% a 11% acima do valor de mercado - e o que é mais importante: o ganho é livre. “Essa alternativa necessita conhecimento técnico e assessoramento especializado”, alertou o dirigente do Sindicato Rural de Marília, ao verificar recente reportagem sobre o assunto, em que o pecuarista recebeu em 2006 menos de um terço do valor corrente no período de 1976-1980. No ano passado, o lucro (1,56%) foi 75% menor do que obtido em 1999 (6,61%). “É um jogo de risco”, ressaltou, ao verificar
a necessidade de se pensar bem antes de realizar qualquer atividade.