Título: Sindicato Rural alerta para safra concluída
 
Paisagem da região muda com a grande quantidade de plantação de cana. Shintaku está preocupado
 
O presidente do Sindicato Rural de Marília, Yoshimi Shintaku, chama a atenção dos proprietários rurais da região, entusiasmado com o plantio de cana-de-açucar, que está alterando a paisagem da região, que aos poucos tem trocado as plantações de café e pasto, para a produção de cana. Segundo levantamento da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), até o dia 16 de novembro foram processadas 392,87 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no Centro-Sul do país. Isso significa 94,6% do total projetado para 2007/08, de 415 milhões de toneladas para a região. “Isto quer dizer que é preciso ser prudente na hora de negociar, pois deve haver muita cana no mercado”, disse o dirigente.

Esse mesmo levantamento, segundo Yoshimi Shintaku, mostra que as usinas do setor produziram 18,18 bilhões de litros de álcool, um aumento de 20,47% sobre os 15,09 bilhões de litros produzidos na safra anterior. A produção de álcool hidratado até o período medido foi de 11,25 bilhões de litros, contra 8,02 bilhões de litros do ano passado, com alta de 40,25%, enquanto a produção de álcool anidro caiu 1,99%, para 6,92 bilhões de litros, ante 7,06 bilhões registrados no ano passado. A produção de açúcar, no período, foi de 24,7 milhões de toneladas, volume praticamente idêntico ao produzido na safra passada e no mesmo período.

Diante desses números, o presidente do Sindicato Rural de Marília acredita que a safra continua mais alcooleira, com 54,7% da cana destinada ao álcool, contra 50,4% no levantamento do mesmo período do ano passado. “Por isso que o produtor rural que optou pela plantação de cana pode encontrar dificuldades em negociar o produto, se já não estiver com a produção garantia”, falou Yoshimi Shintaku, preocupado com a situação. “Num primeiro momento, a cana pode parecer rentável, mas se todo mundo plantar cana, não é bom pra todos”, disse o dirigente.

A preocupação do dirigente se baseia na demanda por álcool no mercado interno ter continuada aquecida, com 711 milhões de litros comercializados pelas usinas na primeira quinzena de novembro, totalizando 9,77 bilhões de litros ao longo da safra (abril a 16 de novembro). “A safra deverá terminar em dezembro, mas apenas poucas usinas continuarão a moagem no próximo mês”, disse Yoshimi Shintaku ao avaliar o documento que apresenta números positivos do setor, mas preocupante para aqueles que ainda não negociaram a plantação.