Título: Muladeiros promovem atividade noturna com chuva
 
Grupo de muladeiros de Marília
 
O Clube dos Muladeiros de Marília promoveu no último dia cinco, possivelmente a última atividade do ano do grupo de tropeirismo mariliense. Foi uma cavalgada rural noturna no trecho envolvendo o Haras Nossa Senhora Aparecida até o distrito de Amadeu Amaral. “Foi uma atividade interessante, pois além da caminhada nos divertimos em preparar os equipamentos necessários e os animais”, disse Luiz Arnaldo Cunha de Azevedo, um dos integrantes do clube que promove com freqüência, atividades neste sentido.

Por ser uma cavalgada rural noturna, os muladeiros de Marília tiveram que se preparar para a chuva que caía naquele dia. “A noite já é diferente do que o habitual, com chuva ficou mais diferente, ainda”, falou o ruralista ao considerar o percurso de nove quilômetros não muito exagerado. “Talvez por ser de noite, alguns podem ter achado estranho”, comentou ao lembrar que não se trata da primeira vez que o grupo se organiza neste sentido.

Um dos momentos mais divertidos do grupo de muladeiros nesta caminhada, foi quando os animais tiveram que passar pela ponte sobre o Rio do Peixe. “É que de noite, com chuva e em ponte, não são combinações seguras”, falou ao relembrar a proeza do passeio, que passou pela Fazenda Santa Emília, local tradicional e histórico no município de Marília. “Não teve como não usar capa”, recordou ao chamar a atenção para a chuva que caia e que não foi motivo de cancelamento. “Foi até mais emocionando”, disse Luiz Arnaldo Cunha de Azevedo.

Segundo o integrante do Clube dos Muladeiros de Marília, não é comum a utilização da capa. “É que em noite de chuva, a capa cobre o muladeiro e o animal, diferenciando um do outro, apenas pelo chapéu”, explicou o ruralista que já está definindo a programação de atividades do grupo para a temporada do ano que vem. “Não demoramos muito, e depois de um descanso, retornamos pelo mesmo caminho, já tarde da noite”, falou ao admitir cansaço, porém, compensado pelo companheirismo realizado.

Em função das fortes chuvas que caíam naquela noite, houve momento de tensão, em razão dos raios e trovões que assustavam os animais que estavam todos equipados com materiais de ferro, couro e tecidos. “Foi uma experiência válida para o grupo”, concluiu o muladeiro. “Foi possível ter noção de como eram as dificuldades que os peões no passado encontravam quando em viagens longas”, justificou Luiz Arnaldo Cunha de Azevedo. “Recebemos convites para participarmos de festas em Ocauçú, Oriente e Herculândia”, anunciou o representante do grupo que não definiu participação.