Título: Exportação para UE continua lenta segundo Shintaku
 
Gado brasileiro ainda sofre restrição da União Européia, por causa da rastreabilidade
 
O presidente do Sindicato Rural de Marília, Yoshimi Shintaku, esteve avaliando a performance do pecuarista brasileiro e admitiu que a exportação de carne bovina in natura para a União Européia (UE) não retomará ao ritmo verificado no ano passado, de acordo com as declarações do coordenador dos Sistemas de Rastreabilidade, Naor Maia Luna, do Ministério da Agricultura, quando afirmou que até o começo deste ano qualquer pecuarista podia vende carne para o bloco europeu, mas agora está mais burocrático e os produtores precisam investir nas propriedades e ter um melhor controle de gestão das fazendas. “O comportamento agora é outro”, disse o dirigente mariliense.

Segundo o presidente do Sindicato Rural cerca de 90 fazendas brasileiras estão na lista de propriedades aptas a fornecer carne para os frigoríficos que abastecem o bloco europeu. Até o começo do ano, 16 mil fazendas podiam vender para o mercado europeu, mas as críticas da UE em relação ao modelo brasileiro de rastreabilidade resultaram na redução do número de fazendas aptas à exportação para o bloco. “Quem não investir não irá exportar”, falou o sindicalista que observa ser uma tendência natural este tipo de comportamento, para quem vislumbra o mercado no exterior. “São as regras do jogo”, falou.

Terminou recentemente um curso, oferecido aos técnicos do governo federal e dos Estados, para aqueles que farão auditorias nas fazendas de pecuária de corte. A partir dessas auditorias, que já começaram a ser feitas, é que as certificadoras repassarão ao governo o nome das propriedades que cumprem todas as regras do sistema brasileiro de rastreabilidade do gado bovino (Sisbov). Essas fazendas passarão por uma nova auditoria do serviço oficial e, só então, se for comprovado que as regras de rastreabilidade estão sendo cumpridas, é que as fazendas serão incluídas na lista das propriedades que podem vender para a UE. “Por isso que ambos os lados devem ser preparados”, comentou Yoshimi Shintaku ao afirmar que tantos os auditórios, quanto os pecuaristas devem se preparar sobre o sistema brasileira de rastreabilidade.

Yoshimi Shintaku concorda com o dirigente do Ministério da Agricultura de que não adianta flexibilizar as regras do Sisbov, apenas para aprovar propriedades rurais. “Isso já foi feito e causou a maior confusão”, lembrou. “Quase houve um problema diplomático”, ressaltou ao observar uma maior seriedade por parte do Governo Brasileiro, do Ministério da Agricultura e dos proprietários rurais exportadores. “Agora o pessoal está melhor organizado e a seriedade tem que ser vista lá no exterior”, disse ao comentar sobre o pedido recorrente dos pecuaristas, sobre a criação de uma subcomissão na Comissão de Agricultura da Câmara para elaborar um novo modelo de rastreabilidade que pode ser apresentado no futuro aos europeus. “Quem manda é o comprador”, esclareceu Yoshimi Shintaku. “Nós é que temos que nos adaptar ao mercado exterior e nos preparar, equipar e nos comportar de acordo com o mercado lá fora”, opinou o dirigente ruralista.