Título: Shintaku lamenta estratégia do Governo
 
Ysohimi Shintaku é o presidente do Sindicato Rural de Marília
 
O presidente do Sindicato Rural de Marília, Yoshimi Shintaku, lamentou a demora de um incentivo maior na agricultura brasileira, por parte do Governo Federal, visando a administração da inflação. Segundo o sindicalista a estratégia de direcionar investimentos para o setor agrícola, principalmente para produtos de exportação, não será a solução para controlar a inflação. “Demorou muito e não será assim que o Governo vai conseguir controlar a elevação da inflação”, disse Shintaku ao lembrar que as safras desses produtos ocorrem no final do verão, em fevereiro ou março. “Até lá a agricultura não vai interferir na inflação”, falou.

Diante dos fatos o presidente do Sindicato Rural de Marília acredita que será necessário que o Governo tome medidas urgentes para conter a demanda e, nesse caso, resta ao governo a opção de reduzir o acesso ao crédito, ou seja, aumentar a taxa de juros. “Isso sim irá afetar qualquer um, e mais uma vez o proprietário rural”, lamentou ao defender que as soluções econômicas e sociais estão na agricultura. “Somente produzindo é que se terá emprego e ganhos”, repetiu ao ver na agricultura chances de mão de obra e produção de alimentos.

O comentário do líder sindical mariliense se deve em razão de que após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, anunciou o incremento na produção de alimentos como vértice da luta contra a inflação. O governo vai lançar o Plano Agrícola e Pecuário, para a safra 2008-2009, no dia 3 de julho. O novo pacote agrícola vai destinar a agricultores empresariais R$ 65 bilhões para financiar a próxima safra. O governo vai investir ainda outros R$ 13 bilhões na agricultura familiar.

Segundo Yoshimi Shintaku esse é o tipo de pacote que não reage de forma rápido como a crise econômica exige. “O exemplo disso ocorreu com o preço do arroz”, lembrou o presidente do Sindicato Rural de Marília ao recordar a relação oferta/demanda do mercado brasileiro que não justificava a elevação do preço do arroz. A produção era suficiente para atender a demanda, tanto que, em março, o preço do arroz estava até caindo. “O que aconteceu foi que o preço do arroz subiu no mundo e o agricultor brasileiro percebeu que era mais interessante vender no mercado internacional”, falou. “Aí, o preço do arroz no Brasil, imediatamente, começou a subir”, exemplificou.

Segundo os especialistas os mercados são cada vez mais integrados e, mesmo que se aumente a produção doméstica agrícola, isso não se refletirá tanto no mercado interno, em razão da globalização que tem a característica de generalizar compradores e vendedores no Mundo todo. “A globalização reduz o poder do governo sobre o seu próprio país”, disse Yoshimi Shintaku.