Título: Mercado externo dá sinais de desaquecimento
 
Yoshimi Shintaku disse que exportação de frango deve cair ou se manter em março
 
No início de 2001, os avicultores aproveitaram o boom na demanda externa para aumentar a participação no mercado internacional. A crise da vaca louca fez com que a demanda por frango disparasse no exterior, aumentando as exportações brasileiras. A demanda externa continuou firme nos primeiros meses deste ano. Segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), as exportações de frango em fevereiro de 2002 atingiram 108.742 toneladas, crescimento de 19,7% sobre o mesmo mês de 2001.

Segundo os dados divulgados, a receita das exportações de fevereiro totalizou US$ 100,749 milhões, alta de 2,4% em comparação com os US$ 98,384 milhões registrados em fevereiro de 2001. “Isso nos ajuda a compreender os maiores preços no primeiro trimestre deste ano em comparação com igual período do ano anterior”, comentou Yoshimi Shintaku, presidente do Sindicato Rural de Marília. Os dados de março ainda não estão disponíveis, mas especulações de mercado dão conta de dados estancados ou até mesmo em queda, o que aumenta a disponibilidade interna e retrai os preços.

CARNE BOVINA - Outro fator que aumenta a disponibilidade interna está nos preços convidativos da carne bovina, que concorre com o frango. No mercado internacional, a volta da Argentina ao comércio de carne bovina, após a normalização da situação fitossanitária da febre aftosa, tem trazido estabilidade às cotações externas, contribuindo para o incremento do consumo.

Dessa forma, o aumento da produção de frango, sem a mesma contrapartida no consumo, eleva o descompasso entre oferta e demanda contribuindo para baixas nos preços. Segundo dados da União Brasileira de Avicultura (UBA), o alojamento de matrizes de corte em março de 2002 foi de 2,506 milhões de cabeças, número 9,8% superior ao registrado no mesmo mês do ano anterior.