Título: ARTIGO - Cavalgadas com diferencias e experiências
 
Luiz Arnaldo Cunha de Azevedo

O prazer de cavalgar é algo que transcende o exercício. O prazer em cavalgar em mulas é mais confortável seguro e diferente. Pois é preciso que exista a simbiose entre animal/homem, diferente do cavalo e da égua que são patentes.

Já presenciei ótimos cavaleiros ou peões que não se adaptaram a montaria. Ou pelo cheiro, perfume, ou pelo montar, arrear ou pelo puxar as rédeas, não existindo o complemento animal/peão.

Existe um costume que diz: que todo bom cavaleiro, consegue cavalgar qualquer cavalo.

Na mula é diferente.

O que serve ou se adapta a um, não é igual a todos.

Dias atrás, depois da experiência de anos cavalgando novamente senti que a afirmação da complementação é necessária.

Para alguns até que não encontre o animal ideal para cavalgar, assim como o chapéu, o arreio e as tralhas, o peão ou muladeiro fica experimentando vários animais.

Quando acha o animal certo é notório a constância e o prazer em cavalgar com o grupo, sempre na mesma mula. Neste momento é que surge o verdadeiro prazer em cavalgar.

Também há uma grande diferença em cavalgar num burro ou numa mula, assim como se referir a eles.

A mula é sempre dócil, faceira, bonita e se adapta a função de cavalgar.

O burro este não. O costume tropeiro diz que de mil animais se encontrar um, é ótimo. Porém mesmo assim ele será diferente. Fala-se que a mula amansa, o burro acostuma-se. No burro, por melhor que seja, sempre há uma maneira de lidar com ele. Portanto não oferece ao cavaleiro a segurança necessária para viajar.

Ao contrario, a mula, nas maiorias dos casos, quando bem domada e mansa, montada por um cavaleiro que se completa no andar evita os perigos da viagem. Faz sinal para tudo: de uma cobra na estrada, de um animal estranho, ao passar por uma ponte (passa com calma), ao adentrar um atoleiro, procura o lugar mais seguro.

Por tudo isso é que quando alguém refere-se como “burro” esta lhe ofendendo ou faltando com o respeito. O termo “burro” assim como o animal, é sinônimo de alguém sem miolo, que não consegue aprender, que falta inteligência, que empaca.

Agora quando alguém dizer que você é uma “mula” é um sinal de inteligência, de aprendizado fácil, de trabalhador, de condução ágil e esperto.

Finalizando a experiência e as conclusões a que cheguei, oriento a cavalgar em mula. Faça amizades e passe a confiar nestes animais que ao invés do cavalo nunca cai em buraco, em ribanceira; que nunca vai te deixar na mão e que treinando cavalga a luz do dia, de noite, com sol, lua, breu ou chuva, oferecendo sempre segurança e prazer no cavalgar.

Se você gosta de cavalgar em mulas, ou quer experimentar este prazer, procure o Clube dos Muladeiros de Marília, que terá prazer em recebê-los. Este grupo já realizou 160 atividades em 6 anos de estrada.

Luiz Arnaldo Cunha de Azevedo é advogado, administrador de empresa e trabalha no Sindicato Rural de Marília