Título: ARTIGO - Campos Novos. Novos amigos
 
Luiz Arnaldo Cunha de Azevedo

No dia 19 de Julho de 2008, os membros da Comissão de Registros Históricos da Câmara Municipal e da Cidade de Marília, estiveram na cidade de Campos Novos Paulista. Antes do embarque, a eterna professora, Rosalina Tanuri, fez uma explanação ao grupo, sobre a cidade de Campos Novos Paulista: sua fundação, sua história e seus fundadores. Com muita propriedade enalteceu o fato de Campos Novos Paulista ter sido comarca de uma extensão territorial do tamanho da Bélgica. Da importância que representou quando da fundação de Marília; da delícia do seu clima e da visita que haviam feito em anos anteriores com outros membros há aproximadamente 20 anos. Pelo caminho era possível ver itambés, lavouras de mandioca, milho e cana de açúcar na beirada da estrada.

Por ter ido várias vezes para Campos Novos Paulista, acompanhando as comitivas dos muladeiros de Marília, imaginava que iria ver o que já conhecia. Para minha alegria fui surpreendido pela beleza do Sítio São Bento, da piscina em forma de uma garrafa com água natural corrente. O sobrado muito colorido de alvenaria com madeira no piso; as plantas ornamentais lindas, sem contar a criação de carneiros, e tantas outras maravilhas da natureza.

Por todos os lados peças de ferro velho enfeitando o jardim; ferros a brasa para passar roupas; máquina de costura; máquinas de puxar água e tantas outras, que fazem do local uma mistura de bem cuidado com coisas antigas. Nas paredes destacando entre vários quadros de parede um que diz “Sapo tem olho grande + só vive na lama”.

Saímos do sítio e fomos conhecer o bairro macaquinho. Lá existe uma igreja em homenagem à São Lázaro, onde existia uma escola rural antiga e um barracão ao fundo da igreja em que se realizam festas. Ao lado da igreja pudemos apreciar a delicia da mexerica cheirosa, que fez com que nos sentíssemos crianças. Voltamos à cidade e recebemos informação sobre as igrejas, separadas por um quarteirão. A primeira em homenagem ao Sagrado Coração de Jesus e a outra a São José. Muito parecidas com lindos jardins na frente. Muito bem cuidados.

Em seguida conhecemos uma fonte de água pura. Localizada a mais ou menos 10 km em estrada de terra, impressionou pela grandeza das construções da fonte. Neste lugar o colega Ivan Evangelista, que havia sido sócio do proprietário mostrou o barro, que se apresenta branco e quando misturado a água e passado na pele fica preto. Dizem ser medicinal. Lá pusemos o pé no riacho de água fria. Que maravilha.
A casa antiga da sede, com detalhes antigos, chama a atenção dos que a vêem. Em Campos Novos Paulista pudemos ver prédios antigos restaurados. O gerador que de 1948 a 1992, iluminava a cidade até às 22 horas toda noite, foi desativado no governo Carvalho Pinto. A partir desta data a cidade passou a ter energia elétrica. O grupo estava cada vez mais animado com o que via. No almoço conhecemos a Prefeita Municipal de Campos Novos Paulista, a Senhora Carmem e a Secretária Edna. Um livro com anotação do ano de 1919, das ocorrências policiais de Campos Novos Paulista e que se encontrava em Marília, foi entregue a prefeita que agradeceu bastante. Também foi entregue uma coletânea de informações que foram catalogadas pela Comissão de Registros Históricos de Marília. Dona Rosalina Tanuri fez uma explanação sobre a coletânea e parabenizou a Prefeita Carmem, pela beleza de Campos Novos Paulista, que se encontra muito bem cuidada e que impressionou a todos.

Conhecemos as “ruínas” do antigo Hotel Climático de Campos Novos Paulista e que depois passou a ser Hotel Minas Gerais, que foi construído pelo Mariliense Higyno Muzzi e amigos. Apesar de totalmente abandonado era possível adentrar e sentir a majestosidade que foi o imóvel. Possuía 45 apartamentos com banheiros privativos, hall de recepção grande, escadarias que levavam a outros andares. No primeiro andar o salão do refeitório e no segundo andar o salão de baile e festas, ainda com o palco intacto. Cheguei a conhecer o hotel em funcionamento assim como muitos da Comissão de Registros Históricos. O investimento pode ser mensurado pelo tamanho da construção.

A beleza das escadarias, do salão do restaurante e de festas, o tamanho dos quartos tudo parece estar atual. Em volta do hotel bancos de cimento com nome de Frediano Giometti, de Serraria de Marília, do Banco Cooperativo, que na época faziam propagandas no local. Entendi a grandiosidade do espírito empreendedor dos marilienses, que buscando o clima da cidade do “Céu de Safira” em construir o edifício.

Antes de retornar para a bela Marília, foi possível conhecer a igrejinha construída no pasto próximo ao Hotel, em homenagem a N. Sra. Aparecida. Bem conservada, com muitas imagens de Santos, localizada em um ponto privilegiado, com uma visão de 360º e com um cruzeiro na frente da igreja com a porta voltada para o lago e a bela Campos Novos Paulista.

De minha parte, aprendi que por mais que pensamos conhecer um lugar sempre haverá monumentos e belezas a serem exploradas neste País abençoado por Deus. Foi um dia inesquecível e que sugiro que mais pessoas façam esta visita.

Luiz Arnaldo Cunha de Azevedo é advogado e administrador de empresas. Faz parte do Clube dos Muladeiros de Marília e da Comissão de Registros Históricos de Marília.