O presidente do Sindicato Rural de Marília, Yoshimi Shintaku, demonstrou preocupação com os resultados do último encontro realizado pelos produtores rurais que fazem parte da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados, quando os representantes do setor lácteo discutiram os dispositivos de operacionalização de R$ 100 milhões, por meio de Contratos Privados de Opção de Venda (Prop), em análise pelo governo. “O setor demonstra grande preocupação com o baixo valor de oferta aos produtores de leite”, comentou o dirigente ao ser informado dos resultados do encontro que também tratou de outras medidas de apoio à cadeia produtiva, como a ampliação do limite de recursos por empresa de R$ 10 milhões para R$ 15 milhões para financiar a estocagem.
A região de Marília é considerada como uma das melhores produtoras de leite no Estado de São Paulo, havendo uma grande quantidade de profissionais neste segmento. “Existe a necessidade de se fazer algo para que o leite tenha uma valorização junto aos produtores”, comentou o líder sindical de Marília e região ao observar que os produtores querem retirar do mercado um bilhão de litros de leite para conter o preço que vem caindo em razão do excesso de oferta. “Havendo muito leite no mercado o preço, naturalmente tende a cair”, concluiu o dirigente ao demonstrar preocupação com a situação.
Atualmente o custo de produção por litro de leite é de R$ 0,70, mas há lugares em que o produtor não consegue vender por mais de R$ 0,40. “Essa é a parte mais delicada deste processo, pois o preço do litro de leite no mercado é bem maior que isso, tendo o produtor a menor parte do rendimento”, explicou o presidente do Sindicato Rural de Marília ao observar os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que apontam para uma produção de leite em 2007 de 17,8 bilhões de litros e sinalizam uma estimativa para 2008 de 20,5 bilhões. Deste total, segundo os produtores de leite reunidos recentemente, um bilhão de litros será exportado, 350 milhões de litros, importados, e 1,4 bilhão de litros permanecerão como excedente no mercado. |
