Título: Exportação de café cresce apesar do anúncio de crise
 
Exportação de café, por enquanto, contraria crise global
 
O presidente do Sindicato Rural de Marília, Yoshimi Shintaku, surpreendeu-se com a informação de que a receita da exportação de café em outubro cresceu 21% em comparação a 2007, apesar do anúncio generalizado da crise econômica de âmbito global. “É estranho observar o crescimento do setor cafeeiro, enquanto fala-se tanto em crise”, disse o dirigente ao observar relatório sobre as exportações de café em outubro que alcançaram um total de 3.017.889 sacas, para uma receita de US$ 493 milhões. Este montante, segundo o documento recebido, aponta variação superior de 21% em relação à receita obtida em outubro de 2007 (US$ 407 milhões), enquanto o comparativo referente ao volume mostra um aumento de 6,7% em comparação ao volume do produto vendido no mesmo mês do ano passado, 2.827.162 sacas.

De acordo com os dados apresentados pelo Conselho dos Exportadores do Café (Cecafé), mostram ainda que no acumulado janeiro/outubro, o país exportou 23.055.955 sacas de café, para uma receita de US$ 3.759.974 milhões no período. O volume de café vendido no acumulado foi 0,8% inferior ao mesmo período no ano passado (23.233.553), mas a receita foi cerca de 20% superior à do acumulado de 2007, US$ 3.140.765 milhões. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Marília esses números devem ser reflexos de contratos firmados anteriormente à crise financeira. “São números expressivos e vamos aguardar o movimento de novembro para saber se é uma tendência ou se a crise afetará mesmo o setor”, disse o dirigente.

O sindicalista acredita que a situação econômica mundial irá interferir também no comércio do café nos próximos meses devido à escassez de crédito e ao encarecimento das taxas cambiais. “Este detalhes ainda não foram solucionadas e devem refletir no escoamento da safra deste mês”, calcula Yoshimi Shintaku que prevê complicações para o mercado, apesar dos números ainda serem positivos.

A movimentação sobre a comercialização do café, visando a exportação, pode ser analisada no principal porto de embarque brasileiro, em Santos, quando foram movimentadas 1.703.862 sacas de café somente no mês de outubro, e 13.643.744 sacas de café embarcadas no acumulado janeiro/outubro. “Alemanha, EUA, Itália e a Bélgica continuam sendo os países que mais compram no nosso café”, acrescentou Yoshimi Shintaku que, juntamente com os técnicos agrícolas, acredita que o Brasil fechará 2008 com um volume próximo a 28 milhões de sacas de café exportadas. “Essa é a tendência, mas pode haver mudanças”, falou em tom de dúvidas.