Título: Provedor acredita em melhorias com reajuste do Sus
 
Milton Tedde, provedor da Santa Casa de Marília, fala sobre o atendimento SUS nos hospitais
 
O Provedor da Santa Casa de Marília, o empresário Milton Tédde, considerou como “presente de Natal”, o reajuste anunciado pelo Governo Federal na tabela de procedimentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), responsável por quase 80% dos serviços oferecidos pelo hospital mariliense. “Demorou 12 anos para que um reajuste plausível acontecesse”, disse o dirigente que mesmo com a elevação que pode chegar a 120%, anunciado pelo Ministério da Saúde dos pagamentos do Sus para 1.356 procedimentos ambulatoriais e hospitalares, considerados de média e alta complexidades. “Fazem parte da lista, por exemplo, colonoscopia, videolaparoscopia, biópsias, transplante de córnea e cirurgia cardíaca pediátrica e neonatal”, ressaltou o provedor.

Segundo Milton Tédde é um alívio para instituições privadas e, sobretudo, benemerentes cujo equilíbrio econômico-financeiro estava seriamente ameaçado pelos valores defasados pagos pelo Sistema Único de Saúde. O reajuste da tabela do SUS exigirá R$ 902,6 milhões em 2009. O programa do Ministério da Saúde totaliza R$ 2,7 bilhões e inclui, entre outras medidas, o reajuste das diárias de UTIs e unidades de cuidados intermediários e o aumento do repasse para os Estados, visando à redução das desigualdades regionais e à revisão dos valores dos incentivos concedidos a hospitais filantrópicos e de ensino. Este é o resumo de um conjunto de iniciativas anunciado pelos governos federal e do Estado de São Paulo, com a aplicação de R$ 4,4 bilhões na área de saúde, e que deverá resultar em benefícios diretos para a população, segundo o provedor mariliense. “O Governo vinha sendo pressionado neste sentido e já aguardávamos algo”, falou.

A tabela dos procedimentos médicos e hospitalares ficou congelada de 1994 a 2002, o que colocava em sério risco à sobrevivência de instituições benemerentes, em particular as Santas Casas. “Sempre fizemos procedimentos acima do autorizado pelo SUS, o que vem aumentando o déficit. “Naturalmente este reajuste na tabela do Sus irá diminuir os problemas administrativos, mas ainda continua insuficiente”, falou.

Para Milton Tédde a questão é complicada. Para se ter uma idéia, somente a Santa Casa de Marília tem R$ 1,5 milhão de serviços prestados ao Sus e não recebido, em 2008. “Apesar de tudo, Marília ainda está numa situação administrável”, garantiu ao ver na comunidade apoio para a solução deste problema. “Se não houver o envolvimento da sociedade e dos poderes constituídos, este será um problema insolúvel”, afirmou.