Título: Shintaku não quer preocupação com previsões
 
Yoshimi Shintaku não quer que agricultores se preocupem com a crise. A orientação é trabalhar
 
O presidente do Sindicato Rural de Marília, o avicultor Yoshimi Shintaku, demonstrou grande preocupação com a economia no setor agrícola, mas não vê motivo para desânimo. As previsões, segundo ele, não são animadoras, no entanto a temporada está começando e pode haver alterações até o final do ano. “A agricultura sempre se superou e acredito que este ano não será diferente”, falou ao estar preocupado, porém, não desanimado. “Insisto em dizer que a solução de todos os problemas do País está na agricultura”, desabafou. “Mas para que isto aconteça, o Governo Federal precisa ver com outros olhos os ruralistas”, lamentou ao afirmar que ao investir na agricultura o Governo resolve questões de: emprego, qualidade de vida, e aquecimento comercial.

Segundo estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Universidade de São Paulo (Cepea/Esalq-USP), a renda agrícola cairá 7,4% em 2009. “Mas isto não serve para desanimar o agricultor”, afirma Yoshimi Shintaku que não se lembra de situações favoráveis para a área rural. “Todo começo de temporada a previsão é pessimista, e no final a agricultura é quem salva a balança comercial do País”, disse ao admitir que o Valor Bruto da Produção (VBP) da agricultura brasileira sofrerá queda de 7,4% em relação a 2008 e deverá fechar 2009 em R$ 173,2 bilhões.

Para o segmento de grãos, o faturamento estimado é de R$ 96,8 bilhões, com retração de 12,23% na comparação com o ano anterior. A queda é atribuída às previsões de redução na safra de verão 2008/09, diante da escassez de crédito para o setor, da crise financeira internacional e dos problemas climáticos na Região Sul. O levantamento também indica queda de faturamento para a pecuária em 2009. Se em 2008 o VBP do setor fechou em R$ 111,4 bilhões, este valor pode cair para R$ 99,7 bilhões.

Mas nem tudo é desespero para o presidente do Sindicato Rural de Marília. “Não podemos achar que números são a razão de tudo”, falou. “É preciso continuar a produzindo, pois, nada supera o esforço, o trabalho e a produção”, disse ao sugerir que o agricultor não deve se preocupar com a crise e deve continuar a produzir. “Pior que a crise é parar o trabalho”, frisou. “É trabalhando mais, produzindo mais e pensando sempre em crescer é que o ruralista irá, novamente, a superar números delicados”, ensinou. “A teoria é uma, e a prática é outra. A história já mostrou isso”, afirmou ao acreditar em dias melhores.