Título: Acim alerta para elevação do spread bancário
 
José Augusto Gomes alerta para os cuidados com os custos operacionais e de manutenção de contas bancárias
 
O superintendente da Associação Comercial e Industrial de Marília (Acim), José Augusto Gomes, está alertando os empresários sobre o spread bancário (taxa que corresponde à diferença entre o custo que os bancos captam no mercado e o que cobram do consumidor), que vem sendo algo que pode encarecer o custo fixo de uma empresa, se não houver uma atenção especial. “Esta taxa chegou a 70,8% do valor total das operações de empréstimos em dezembro do ano passado”, anunciou o dirigente, especializado em matemática financeira, ao analisar levantamentos do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), divulgado recentemente.

Segundo o estudo o índice de dezembro é o maior desde 2000, ao subir 30,6 pontos percentuais. Já a taxa para as empresas chegou a 18,3 pontos percentuais ante 14,5 pontos em setembro. O spread total, segundo o Banco Central (BC), é composto de custo administrativo, que absorvia em dezembro passado, 13,5% do total da taxa; tributos, 8,09%; outros impostos federais e estaduais, 10,54%; compulsório, 3,59%; margem líquida dos bancos, 26,93%, e projeção de inadimplência, 37,35%. Na média, durante toda a temporada de 2008, empresas e pessoas físicas pagaram spread médio de 26,6 pontos percentuais.

Para o superintendente da Acim em países desenvolvidos as médias chegam a três pontos. “O cadastro positivo pode ser um instrumento a mais para ajudar na redução do spread”, indicou José Augusto Gomes ao analisar os dados e verificar o trabalho desenvolvido por economistas do setor empresarial. “A taxa é elevada ou não, de acordo com a percepção da instituição financeira sobre uma provável inadimplência em um futuro próximo”, disse ao colocar o risco da inadimplência como sendo termômetro para as análises econômicas, neste sentido. “Com o risco da inadimplência, aumenta o custo do empréstimo”, afirmou ao colocar o cadastro positivo como instrumento de diminuição do risco na hora de vender.

Existem outras formas de o próprio governo federal baixar o spread unilateralmente, reduzindo ele mesmo os tributos incidentes na operação. “A procura de bancos com taxas menores e a redução dos custos administrativos também podem diminuir o spread”, ensinou José Augusto Gomes, ao lembrar das regulamentações e legislação que elevam os custos de operação do banco. “Qualquer serviço oferecido ou exigido das instituições bancárias, aumentam o custo do banco”, destacou ao chamar atenção do empresariado para verificar, com freqüência, o valor das cobranças bancárias de operações e manutenção financeiras. “É possível economizar nisto também”, disse o dirigente ao sugerir a criação de planilhas para monitoramento.