Título: Consumidor está cauteloso diz vice-presidente da Acim
 
Mauro Celso Rosa é o vice-presidente da Acim: “O consumidor pensa mais antes de comprar”, disse
 
O vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Marília (Acim), Mauro Celso Rosa, afirmou que apesar do aumento da renda do consumidor nos últimos anos, a população brasileira em geral está mais cautelosa e, no momento, reavalia seus planos de consumo, como um provável reflexo da crise econômica mundial. “A cada ano que passa o consumidor vai adquirindo critérios para decidir uma compra”, falou o dirigente ao analisar um estudo desenvolvido por uma financeira para um banco francês. Segundo a pesquisa o movimento de ascensão da classe média foi interrompido e registrou recuo aproximado de 2 milhões de pessoas no ano passado, quando a classe C chegou a 45% da população (86,4 milhões de habitantes) diante de 46% em 2007 (86,2 milhões).

Ao verificar o documento com o levantamento de dados, os números mostram que em 2008, as classes D e E equivaliam a 75,8 milhões de pessoas (40% do total) frente a 72,9 milhões (39%) em 2007. “São sinais importantes que o comércio precisa ficar atento”, disse Mauro Celso Rosa que acredita nesta atitude de cautela, que 36% pretendem adquirir eletrodomésticos neste ano, diante de 37% em 2008, segundo a pesquisa. Isso também aconteceu com automóveis (14% frente a 17%). “Este estudo indicou que o critério para detectar a mobilidade social é o de aquisição de bens”, explicou.

Na opinião de Mauro Celso Rosa a crise não afeta imediatamente esse movimento. “Entendo que a crise só se consolida quando as pessoas começam a se desfazer dos itens adquiridos”, opinou o vice-presidente da Acim. O estudo aponta, um estágio anterior, em que o consumidor começa a reavaliar sua capacidade de comprar bens e redefinir seus planos para o futuro. “O quadro geral de mobilidade social passou por uma transformação significativa nos últimos anos”, constatou o dirigente. Ele lembra que em 2005 as classes D e E sempre encontravam-se apertadas no final do mês. “Agora esse pessoal destina as sobras para a compra de eletroeletrônicos”, falou.

PERSPECTIVAS – Segundo o estudo, apesar da inadimplência ter crescido, de ter havido queda na arrecadação e nos níveis de emprego, os brasileiros pretendem consumir até o final de 2009, mas com cautela e planejamento. E as compras com valores menores não serão cortadas. Um exemplo é o desempenho dos supermercados, que aumentaram suas vendas em 4,01% em maio comparando com o mês do ano passado. Por isso, existem boas perspectivas para as empresas que continuarem a investir, mesmo que os indicadores de desempenho geral da economia sejam contraditórios. Ele conclui que, apesar das turbulências, há estabilidade, e as medidas tomadas pelo governo federal para combater a crise contribuem para manter a economia aquecida. As definições de classes sociais utilizadas são as do Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB). A renda familiar avançou em todas as classes. Na D/E, por exemplo, passou de R$ 545 em 2005 para R$ 1.162 em 2008, um ganho de 19,3%. Foram entrevistadas 1,5 mil pessoas, de 70 municípios em 9 regiões metropolitanas, no final de 2008.