Título: Começam as negociações entre dirigentes rurais
 
Dissídio coletivo de 2010 começou a ser discutido entre os representantes rurais
 
Os presidentes do Sindicato Rural de Marília, Yoshimi Shintaku e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marília, Antonio Davi de Souza, iniciaram esta semana as negociações para um acordo visando o Dissídio Coletivo de 2009-2010, que tem data limite no mês de outubro. As primeiras conversas já foram iniciadas e agora ambos os sindicatos criaram comissões de discussão, para um debate maior sobre o assunto. “Nos dias de hoje é complicado falar de aumento, quando na realidade os preços e a margem de lucro só diminuem”, disse o presidente do Sindicato Rural, representante dos proprietários rurais. “É preciso avançar a cada ano, no ganho real dos trabalhadores, para que o valor não seja achatado”, defendeu o representante dos trabalhadores rurais.

De todos os assuntos envolvendo o Dissídio Coletivo de Trabalho, apenas três pontos estão sendo discutidos com mais detalhes: a questão do piso salarial, a reposição da inflação dos últimos 12 meses e a participação nos lucros. “Todos os anos o acordo emperra nestes três assuntos”, recordou Yoshimi Shintaku que está pessimista quanto a um consenso entre os proprietários rurais, dentro do que foi pedido pelo representante dos trabalhadores. “Os proprietários rurais estão abandonados pelas políticas públicas e a cada ano mais desvalorizados”, falou com conhecimento de causa, diante da propriedade rural que tem e de ser avicultor. “As granjas estão sofrendo de todos os lados: no insumo, na manutenção, nos encargos e nos baixos preços de mercado”, disse.

O piso salarial de um trabalhador rural atual é de R$ 480,00, enquanto que o pedido é para que seja de R$ 600,00. Além do salário existe uma série de benefícios suportados pelo proprietário rural. A inflação acumulada nos últimos 12 meses é de 4,64%, o que não está gerando muita discussão de forma unitária, no entanto, a participação nos lucros que proporcionaria um aumento real no ganho do trabalhador na ordem de 10%, tem sido tema para amplos debates entre os proprietários rurais. “A idéia de criar comissões de discussão dos dois lados é exatamente para promover o debate de forma mais profunda”, explicou Yoshimi Shintaku.

Independente dos valores a serem acordados em reuniões futuras, ambos os representantes elogiaram a forma amistosa que o assunto é discutido todos os anos. “Proprietários e trabalhadores rurais de Marília e região sempre chegaram a um consenso e acredito que desta vez não será diferente”, recordou Yoshimi Shintaku. “O importante é que cada um respeite a posição do outro e tome a decisão que beneficie a maioria”, completou ao elogiar o comportamento do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marília. “Senhor Antônio Davi, além de ser presidente do sindicato dos trabalhadores é nosso parceiro, amigo e sabe das dificuldades que é ser proprietário rural”, disse Yoshimi Shintaku, que estará reunido novamente para tratar do assunto dia 16.