Título: Comercialização de café deve ter mais financiamentos
 
Yoshimi Shintaku disse que subsídios dos EUA protegem produtores americanos
 
O presidente do Sindicato Rural de Marília, Yoshimi Shintaku comentou nesta semana que o diretor-geral do Cecafé, Guilherme Braga, cita os fortes subsídios nos Estados Unidos como exemplo de proteção ao produtor. Os EUA tentam impedir a perda de participação no mercado externo, com a adoção de políticas que estimulam a produção naquele país e punem os produtores nos países concorrentes. Essa política estimula expansão da soja naquele país, resultando em queda de preços no mercado internacional.

O presidente explicou que de acordo com a Cecafé, isso prejudica fortemente os produtores brasileiros, pois passam a enfrentar preços baixos, sem a ajuda de subsídios. Mesmo assim, o que se viu nos últimos anos foi o aumento da participação de mercado do Brasil e da Argentina, tomando parte de mercado dos Estados Unidos. O resultado é que a ajuda do governo americano aos seus produtores vira uma “bola de neve”, com a necessidade de aumentar cada vez mais esses gastos.

Yoshimi Shintaku disse que segundo o diretor da Cecafé, não há sentido de pensar o café em termos de estratégias de políticas intervencionistas, já que não é mais um produto estratégico para o Brasil. “Para a entidade, está correta, portanto, a atual postura do governo em adotar políticas de financiamento à comercialização”, comentou. Ele lembrou que deve-se pleitear ainda o fortalecimento de instrumentos alternativos de comercialização e mercados futuros.

Por fim, conforme a entidade, as políticas para o setor devem estar ligadas aos interesses competitivos do agronegócio. Não há razão em fazer políticas centralizadoras, quando o agronegócio do café compreende uma diversidade muito grande de grupos. Os grupos estratégicos voltados aos cafés especiais têm interesses e demandas diferenciadas daqueles voltados para o mercado de quantidade.