Título: Mário Sérgio Cortella se apresenta na sede da OAB de Marília
 
Diretoria da OAB traz Mário Sérgio Cortella na Casa do Advogado de Marília
 
A diretoria da 31ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da cidade de Marília, esteve recepcionando na Casa do Advogado de Marília, o filósofo Mário Sérgio Cortella que tem se transformado numa grande personalidade nacional com os posicionamentos que apresenta. Filósofo, professor, ex-secretário municipal de Educação de São Paulo na gestão Luíza Erundina, o convidado transmitiu com total desenvoltura a um grupo de advogados reunidos ao falar sobre ética, política e cidadania entre outros comportamentos humanos. “Ele tem um conteúdo filosófico que pode ser aplicado a assuntos como liderança, felicidade no trabalho, qualidade de vida, entre tantos outros, fazendo seus expectadores refletirem sobre a vida profissional e pessoal”, avaliou o presidente da OAB de Marília, Carlos Mattos.

A iniciativa de trazê-lo para a Casa do Advogado de Marília partiu da diretoria ao tomar conhecimento da vinda dele para outros eventos na comunidade mariliense. Profissional destacado por aulas e palestras bem apresentadas, Mário Sérgio Cortella ainda arruma tempo para apresentar os programas de TV "Diálogos Impertinentes" (PUC-SP/Folha de São Paulo/Sesc-SP) e "Modernidade" (TV Senac). “Não tenho medo de errar que o advogado necessita ouvi-lo com freqüência, pois a forma como ele apresenta esses temas é de fácil compreensão”, completou a secretária adjunta, Roseli Rosa de Oliveira Teixeira.

Dentre os assuntos que falou, Mário Sérgio Cortella comentou sobre a relação entre política e cidadania. “Existe uma tendência a excluir a relação direta entre política e cidadania, criando uma rejeição curiosa à política e valorizando cidadania, como se fossem termos diversos”, falou. “Há um vínculo inclusive de natureza semântica entre as duas palavras, que, objetivamente, significam a mesma coisa”, explicou ao mostrar que a noção de política está apoiada num vocábulo grego, polis (cidade) e cidadania se baseia em um vocábulo latino correspondente, civitatem. “Embora a origem etimológica seja diferente, os dois termos propõem que se pense na ação da vida em sociedade (ou seja, em cidade). Isso significa que não é possível apartar ou separar os conceitos”, disse o filósofo.

Para o convidado especial encontra-se em uma série de discursos, lemas e planos pedagógicos e governamentais que falam em cidadania como se ela fosse uma dimensão superior à política. “Muito se diz que a tarefa da escola é a promoção da cidadania, sem interferência da política”, argumentou. “Não se menciona o conceito de política, como se ele fosse estranho ao trabalho educacional; com isso, pretende-se dar à cidadania um ar de idéia nobre, honesta, de valor positivo. Sob essa ótica, política é sinônimo de sujeira, patifaria, corrupção.
Claro que não é assim”, comentou ao afirmar que ambas as palavras e ações se identificam. “É preciso recusar a recusa do termo política no espaço educacional! Ainda temos essa rejeição ao conceito, como se ele pertencesse a uma área menos significativa e menos decente que a cidadania”, frisou. “Não se deve temer a identidade dos conceitos, pois só assim é possível construir cidadania, no sentido político do termo: bem comum, igualdade social e dignidade coletiva”, ensinou.