Título: Em 2009, Brasil colhe apenas 39 milhões de saca, diz Shintaku
 
Quantidade de sacas de café em 2009 é menor do que de 2008, segundo pesquisa
 
O presidente do Sindicato Rural de Marília, Yoshimi Shintaku, não se surpreendeu com a informação de que o Brasil colhe em 2009 mais de 39 milhões de sacas de café. Segundo o dirigente a informação é o resultado da quarta e última estimativa da safra nacional de café (conilon e arábica), divulgado pela Conab, e mostra que o Brasil fechará 2009 com o beneficiamento de 39,47 milhões de sacas de 60 quilos do produto. “Nesta temporada houve redução na colheita”, disse o dirigente ao observar os números. “Comparando-se aos últimos dez anos, este é o melhor resultado alcançado entre os biênios de baixa, superando em 9,4% o de 2007”, animou-se.

O comparativo com 2008, período em que a produtividade foi positiva, houve um recuo de 14,18%, ou 6,52 milhões de sacas a menos. Outro fator que contribuiu para este quadro foi o regime de chuvas irregular e as temperaturas elevadas. As altas precipitações pluviométricas dos últimos meses, coincidindo com as fases de maturação e colheita do grão, comprometeram os processos de colheita e secagem, resultando em um maior volume de café com qualidade inferior. “O produtor encontrou muitos problemas para começar a produzir e ainda a conduzir o plantio durante a safra”, comentou Shintaku.

Dessa forma, a produção do café arábica, o mais cultivado no país, com 73,1% da produção total, ficou em 28,9 milhões de sacas, redução de 18,5%, ou decréscimo de 6,62 milhões de sacas. As principais quedas foram registradas em Minas Gerais (-16,8%) ou 3,95 milhões de sacas, Paraná (-43,8%) ou 1,14 milhão de sacas e São Paulo (-22,6%) ou 997 mil sacas. Minas é o maior produtor, com 19,60 milhões de sacas, ou 68,08% do total.

Neste ano os cafezais ocupam uma área produtiva de 2,09 milhões de hectares, também com redução de 3,54% sobre a superfície de 2,17 milhões ha da safra passada. Com isso, pelo menos 76,89 mil hectares deixaram de ser cultivados. “A cana e a soja são os principais adversários”, falou sem descartar o gado em algumas regiões do País.
O levantamento mostra que a maior área está em Minas Gerais, com 1 milhão ha, onde o arábica ocupa 98,6%. O solo mineiro representa 48,1% da área total cultivada, a maior no país. Espírito Santo é o segundo, com 479,80 mil ha.