Título: Shintaku é a favor dos subsídios a produtores rurais
 
Yoshimi Shintaku quer que ruralistas aproveitem período eleitoral para aprovação de subsídios
 
O presidente do Sindicato Rural de Marília, Yoshimi Shintaku, considerou louvável o projeto de lei que prevê subsídios a produtores rurais em tramitação na Câmara dos Deputados. A proposta prevê a concessão de subsídio direto ao produtor de R$ 500,00 por hectare de área cultivada ou explorada com atividades agropecuárias. A subvenção poderá ser atualizada a cada dois anos até o limite de R$ 750 e o produtor continuaria a receber outros subsídios, como os aplicados ao seguro rural ou ao escoamento da safra. Além disso, o governo poderá fixar adicionais a culturas “ricas em proteínas”.
Estima-se que a medida beneficiaria 50 milhões de hectares, o equivalente à atual área cultivada com grãos, fibras e cereais em todo o país. “Será um salto importante em favor dos proprietários rurais”, disse o dirigente ruralista de Marília.

Yoshimi Shintaku sempre questionou a falta de incentivo do Governo Federal aos proprietários rurais e esta medida pode ser um avanço neste sentido. “Pelo menos é o começo”, disse o presidente do Sindicato Rural de Marília que sempre criticou o exagero de subsídio na área urbana e quase nada para a área rural. “Talvez o próximo passo seja uma agência reguladora do agronegócio”, disse o ruralista de Marília ao acompanhar os trâmites políticos. “E olha que este ano é ano eleitoral e podemos aproveitar a ocasião para ter este projeto aprovado”, falou.

Para ter direito ao subsídio, o produtor não poderia estar inadimplente com o fisco ou bancos oficiais, além de atender a regras trabalhistas, ambientais, alimentícias, sanitárias, do zoneamento agrícola e bem-estar animal. O dinheiro seria embolsado até 31 de março de cada ano. O benefício, criado para “mitigar” efeitos negativos do clima, cambiais, de mercado e de crédito, seria suspenso somente se os principais países produtores e exportadores de alimentos revogassem os subsídios diretos aos seus produtores.

O projeto não especifica impactos sobre preços da terra e a tendência de concentração desse ativo, além de evitar detalhes técnicos de rotação de culturas ou o modelo de pecuária. Segundo Yoshimi Shintaku o setor agrícola sofre com preços baixos nos últimos 10 anos para milho, soja, arroz e algodão. “Houve perdas de R$ 12 bilhões só na comercialização da safra em 2010 e 70% dos produtores não têm acesso ao crédito porque renegociou dívida, ou está no Serasa, ou no Cadin”, criticou ao saber que a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) apoiou a iniciativa, bem como as cooperativas que também aplaudiram o projeto.