Título: Dirigente da Acim acredita no cadastro positivo
 
Mauro Celso Rosa se anima com pesquisa, mas afirma que a prática é que vai ensinar comerciantes e consumidores
 
O vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Marília (Acim), Mauro Celso Rosa, recebeu com entusiasmo recente pesquisa desenvolvida pela Associação Comercial de São Paulo, que aponta que 54% dos empresários ouvidos neste trabalho apostam no mecanismo para obter melhor análise de risco de crédito dos clientes. “Isto quer dizer que o empresariado já está se acostumando com essa nova ideia”, disse o dirigente mariliense que também é a favor de um trabalho específico com o cadastro positivo dos consumidores.

Neste trabalho desenvolvido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e pela consultoria Accenture com 90 executivos de 63 grandes companhias nacionais apontou que 54% deles acreditam que a criação do Cadastro Positivo permitirá uma melhor análise de risco de crédito dos clientes e, assim, reduzirá a inadimplência. “Não tenho dúvidas de que o principal problema de um pequeno e médio empresário é a inadimplência”, disse Mauro Celso Rosa ao destacar as experiências bem-sucedidas em países como Estados Unidos e Chile. O Cadastro Positivo é um projeto de grande expectativa do setor varejista, de instituições financeiras e do próprio governo para ajudar a baixar as altas taxas de juros cobradas pelos bancos em empréstimos e financiamentos.

Segundo o vice-presidente da Acim ao contrário do que ocorre atualmente, as empresas e instituições financeiras terão acesso a um banco de dados com informações de bons pagadores, uma espécie de comportamento sobre hábitos de pagamento. Mesmo acreditando na redução do custo do crédito a partir do Cadastro Positivo, 39% dos entrevistados apontam que essa melhora deverá se tornar tangível entre um e três anos após a implantação da lei, que segue em discussão no Senado e na Câmara dos Deputados. “Os empresários aguardam a aprovação da lei, para que seja a solução mágica para a questão da inadimplência”, acredita o comerciante mariliense e dirigente da Acim.

Para Mauro Celso Rosa é esperado um período de aprendizagem e de adaptação ao novo sistema que naturalmente mudará o comportamento entre compra e venda. Executivos de um terço das empresas participantes na pesquisa afirmaram estar preparados para a adoção do Cadastro Positivo a partir da aprovação da lei. A pesquisa indica que 17,7% não se sentem nada preparados e outros 35,5% se sentem pouco preparados para a adoção do mecanismo. “Essa insegurança é compreensível”, disse o vice-presidente da Acim. “As regras ainda são desconhecidas, o que dificulta qualquer tipo de adequação”, acrescentou.

Mesmo após a aprovação da lei – cujos projetos estão em discussão na Câmara dos Deputados (PLC 85) e outro no Senado (PLS 263) – haverá um período para que ela seja apresentada à sociedade e um trabalho para que o consumidor se convença de que o novo mecanismo será de fato vantajoso. Afinal, pelo projeto em discussão na Câmara, os consumidores terão que autorizar a divulgação de suas informações para a elaboração do banco de dados. Por causa disso, 34% dos empresários ouvidos não acreditam que isso ocorrerá da forma desejada, o que poderá dificultar a formação do Cadastro Positivo. “Vamos aprender na prática”, frisou Mauro Celso Rosa.
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