Título: Acim mostra repúdio a criação da CPMF
 
Sérgio Lopes Sobrinho, presidente da Acim, reprova a volta da CPMF
 

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Marília (Acim), Sérgio Lopes Sobrinho, repudiou a possibilidade apresentada pela presidente Dilma Rousseff, que considerou a volta da CPMF – que se tornaria a Contribuição Social para a Saúde (CSS). “A volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para ajudar a financiar a saúde no País é desaprovada por 72% da população brasileira”, disse o presidente ao observar a pesquisa “Retratos da sociedade brasileira: Qualidade dos serviços públicos e tributação”, elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Ibope. “Não acredito que ela mexeria nesse assunto”, comentou.

Segundo o levantamento, apenas 20% dos entrevistados aprovam a volta da cobrança, e o restante não sabe ou não comentou. A pesquisa mostra, porém, que o conhecimento da população sobre o tributo ainda é reduzido. Apenas 37% dos entrevistados sabiam responder o que é a CPMF. O questionamento só pode ser levado adiante após a explicação sobre do que se tratava a contribuição. Governadores já pediram a volta do tributo ou a criação de uma contribuição semelhante para financiar as despesas com saúde. A presidente Dilma Rousseff já acenou positivamente para esse debate. “Certamente seria uma ação impopular”, acredita o dirigente da Acim ao conversar com outros empresários sobre o assunto e observar o mesmo pensamento.

Contudo, a pesquisa mostra que a população brasileira não apenas é contrária à volta da CPMF como 67% discordam em algum grau da criação de um novo tributo destinado a melhorar os serviços de saúde. Para 75% dos entrevistados, a CPMF é um imposto injusto porque afeta as pessoas independentemente da renda. Uma fatia de 63% dos entrevistados acreditam que a recriação da CPMF poderá provocar uma alta nos preços. “Nossa carga tributária já é grande, com mais isso, pioraria a situação”, opinou o presidente da Acim. Segundo o levantamento, a grande maioria da população brasileira desaprova as dimensões da carga tributária brasileira, considerando-a demasiadamente pesada. Para 87% dos consultados pela CNI/Ibope, o volume de impostos é considerado elevado ou muito elevado.

Na mesma pesquisa, o Ibope perguntou aos entrevistados sobre o que achavam a respeito da qualidade dos serviços públicos oferecidos à população. Do conjunto de 12 serviços apresentados, apenas quatro – fornecimento de energia elétrica, de água, iluminação pública e educação superior – foram aprovados. Apenas metade dos consultados considerou os serviços de limpeza urbana como sendo de qualidade adequada, alta ou muito alta.

A pesquisa CNI-Ibope foi realizada entre 4 e 7 de dezembro de 2010 com 2.002 pessoas em 140 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, e o grau de confiança de 95%.