Título: COMÉRCIO - Consumidor prefere comprar a vista, diz Acim
 
Sérgio Lopes Sobrinho e Daniel Alonso, conversar sobre comportamento do consumidor
 
O presidente do Conselho Consultivo da Associação Comercial e Industrial de Marília (Acim), Daniel Alonso, esteve conversando com o presidente da diretoria da associação comercial, Sérgio Lopes Sobrinho, sobre o comportamento do consumidor que vem demonstrando ter preferência por compras a vista. “O consumidor esteve mais propenso a pagar à vista por produtos de menor valor do que fazer compras a prazo”, disse Daniel Alonso ao perceber este dado ao manter contato com o consumidor. “No mês de junho e em todo o primeiro semestre deste ano, o crescimento das vendas à vista no comércio em geral foi de 6,7% em junho, acima dos 4,7% em igual mês do ano passado”, acrescentou Sérgio Lopes Sobrinho ao verificar recente pesquisa neste sentido.

De acordo com o presidente de diretoria no semestre, as vendas à vista aumentaram 7% ante 6,3% em igual período de 2010. “As vendas no varejo do primeiro semestre deste ano podem ser consideradas boas e as perspectivas para o segundo semestre, apesar de esperarmos alguma desaceleração, são de que devem fechar o ano no positivo”, afirma Rogério Amato, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), ao divulgar a pesquisa realizada. “As baixas temperaturas elevaram as vendas de roupas, calçados e itens de entretenimento para o consumo em casa, como livros e DVDs”, opinou Sérgio Lopes Sobrinho. “As pessoas que têm condições preferiram comprar à vista”, ressaltou Daniel Alonso.

Os dados do levantamento mensal mostram desaceleração do crescimento das vendas a prazo. Em junho, o incremento das vendas desse tipo foi de 5,2%, bem abaixo da alta de 10% registrada em junho do ano passado. “Não tenho dúvidas do efeito Copa do Mundo, do ano passado para a diferença do índice”, lembrou o presidente de diretoria. Sem considerar o consumo motivado pelos jogos do campeonato mundial de futebol, no primeiro semestre deste ano o crescimento das vendas a prazo também foi menor, de 6,4%, ante 9,4% em igual período de 2010. A desaceleração desse indicador, segundo Daniel Alonso, também é reflexo das medidas para diminuir o consumo, adotadas pelo governo desde dezembro.

Essas ações incluem o aumento do depósito compulsório (percentual do dinheiro que os bancos têm de deixar no BC para cada empréstimo) e os sucessivos aumentos da taxa básica de juros (Selic) para conter a inflação. As determinações governamentais resultaram no aumento do custo do crédito e da taxa de juros ao consumidor. “O crédito com juros mais altos também pesou na dificuldade de pagamento do consumidor”, lembrou Daniel Alonso ao verificar na pesquisa que a inadimplência superior a 30 dias aumentou 14,2% em junho em comparação com igual período de 2010. O número de cancelamentos e renegociações de crédito no SCPC aumentaram menos, apenas 11% em comparação a junho do ano passado.

No semestre, a inadimplência cresceu 9% diante de uma queda de 2,5% em igual período do ano passado. O número de registros cancelados e renegociados cresceu menos, para 4,1%, em relação a 6,1% em igual período de 2010. “Isto mostra descontrole de gastos”, disse Sérgio Lopes Sobrinho ao sugerir renegociação dos prazos. “A inadimplência está sob controle porque o desemprego é baixo”, afirma Daniel Alonso.