O presidente do Sindicato Rural de Marília e avicultor, Yoshimi Shintaku, disse nesta semana que mesmo havendo tendência de queda na produção de milho para 2001/2002, como tem sido noticiado, o comportamento dos preços leva a concluir que a queda deverá ser de menor importância no Paraná do que no Cerrado. As razões são: quando em alta, os preços no Paraná mostram maior capacidade de recuperação e, quando em baixa, tendem a cair com menor intensidade do que no Cerrado. “Por outro lado, a demanda por milho, embora venha crescendo rapidamente no Cerrado, em decorrência da expansão da produção de frango e suínos em Mato Grosso e Goiás, ainda está concentrada no Sul”, falou.
Shintaku explicou que considerando os altos custos de transporte de milho do Centro-Oeste para o Sul, a baixa mobilidade da produção no País obriga as regiões consumidoras a serem produtoras porque, caso contrário, os custos para os consumidores tendem a se elevar. “O caso de São Paulo nas safras 1998/99 é um bom exemplo do aperto de margem da avicultura quando os preços do milho ficam altos”, completou.
Segundo o presidente, se os argumentos estiverem corretos, a expectativa para a próxima safra de milho deveria ser menos pessimista. “Vale lembrar que a decisão de plantar milho depende de mais duas variáveis que são os preços na safra passada, que estiveram baixos, e os preços relativos milho/soja, que andam favoráveis à soja”, falou. Essas duas variáveis, ao contrário das anteriores, levariam a concluir que a tendência da produção de milho é de queda para a safra que vem. “A análise, entretanto, só leva em conta o comportamento das cotações”, disse. Para Shintaku, um ponto importante a se considerar, além dos preços, é a estrutura de custos de produção e as diferenças entre os cultivos do Cerrado e do Sul.
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